Num comunicado divulgado na quinta-feira à noite pela imprensa local, Evkurov explicou que o encontro com Traoré na capital do país africano, Ouagadougou, foi uma continuação da conversa que tiveram durante a cimeira Rússia-África, realizada em julho passado na cidade russa de São Petersburgo.
"Também discutimos as conclusões dos intercâmbios entre os ministros da Defesa dos dois países na Rússia", acrescentou o vice-ministro, segundo meios locais que se referiram a declarações no final da audiência.
"São todas áreas que incluem a cooperação militar e técnica, mas também a cooperação no campo da economia, da energia nuclear e de todas as questões que podem gerar cooperação", acrescentou.
Da mesma forma, o chefe da delegação russa assegurou a Traoré "o apoio do seu país à transição e ao povo burquinense em todos os setores do desenvolvimento", segundo o comunicado.
Estes setores referem-se ao "campo militar, formação de cadetes e oficiais burquinenses a todos os níveis, incluindo pilotos na Rússia".
A visita sugere que a Rússia está a tentar reforçar os seus laços com o Burkina Faso para aumentar a sua influência em África, após a recente morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que através dessa empresa de mercenários construiu uma rede de interesses em vários países africanos.
Traoré negou, em maio passado, que o Wagner estivesse a colaborar com o Exército burquinense na luta contra o 'jihadismo' que ameaça o país desde 2015 e que se agravou nos últimos anos.
Uma junta militar, encabeçada por Ibrahim Traoré, protagonizou um golpe de Estado contra o líder Paul-Henri Sandaogo Damiba, e lidera agora o país.
A junta tem adotado uma postura de aproximação à Rússia e muito crítica da França, acusando a antiga potência colonial de apoiar de forma interesseira e insuficiente a luta contra o terrorismo, que tem aumentado com a instabilidade política dos últimos anos neste país africano do Sahel.
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