Ethan Nordean foi "o líder indiscutível no terreno no dia 06 de janeiro", realçou o procurador Jason McCullough, que tinha pedido uma sentença de 27 anos de prisão.
Nordean, condenado por conspiração sediciosa e outras acusações graves, foi um dos vários membros do grupo condenados por liderar um ataque ao Capitólio para tentar impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden após as eleições presidenciais de 2020, em defesa da alegação nunca comprovada de Donald Trump de que foi o vencedor do escrutínio.
Os advogados de defesa combateram a ideia de que Nordean foi mais responsável pelo ataque do que outros e negaram que houvesse qualquer plano para atacar o Capitólio naquele dia.
Mas os procuradores sublinharam que as palavras e publicações 'online' de Nordean tornaram-se cada vez mais violentas até 06 de janeiro.
Naquele dia, o norte-americano de 33 anos liderou um grupo de quase 200 homens em direção ao Capitólio, foi para a frente da multidão e ajudou a derrubar uma cerca, permitindo que os manifestantes invadissem o local e confrontassem a polícia, de acordo com documentos judiciais.
Nordean referiu ao juiz que vê agora o dia 06 de janeiro como uma "tragédia completa e absoluta" e que se arrependeu de não ter tentado usar o seu papel de liderança para impedir o que aconteceu.
"Não há manifestação ou protesto político que deva ter valor sobre a vida humana. Para qualquer pessoa a quem eu prejudiquei direta ou indiretamente, sinto muito", frisou.
Stewart Rhodes, líder e fundador de outro grupo de extrema-direita, os Oath keepers, também foi condenado a 18 anos.
O elemento mais conhecido dos Proud Boys, o ex-líder Enrique Tarrio, condenado após um julgamento de meses, deve conhecer a sua sentença na terça-feira.
Também hoje, Dominic Pezzola, ex-membro do grupo de extrema-direita Proud Boys e que foi um dos primeiros a atacar o Capitólio dos Estados Unidos, foi condenado a 10 anos de prisão.
À saída do tribunal, Dominic Pezzola ergueu o punho e gritou: "Trump venceu!".
Joseph Biggs e Zachary Rehl, ex-líderes do grupo extremista, foram condenados esta quinta-feira a 17 e 15 anos de prisão, respetivamente.
Mais de 1.100 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados com os distúrbios no Capitólio, sendo que mais de 600 foram condenadas e sentenciadas.
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