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50.º aniversário do golpe de estado. Presidente do Chile pede consenso

O presidente chileno, Gabriel Boric, pediu hoje que a comemoração do 50.º aniversário do golpe de estado no Chile seja "um momento de consenso nacional sobre o valor da democracia e o respeito irrestrito aos direitos humanos".

50.º aniversário do golpe de estado. Presidente do Chile pede consenso
Notícias ao Minuto

22:31 - 03/09/23 por Lusa

Mundo Chile

"Infelizmente, por diferentes razões, nas quais todos temos alguma responsabilidade, as diferenças políticas e as disputas mesquinhas sobrepuseram-se [aos acordos]", lamentou Gabriel Boric numa entrevista ao Canal13, centrada no aniversário que o Chile assinalará a 11 de setembro.

O presidente chileno disse esperar ainda um compromisso: "Ninguém pode pretender impor uma verdade única, seria uma falta de respeito e uma falta de inteligência, mas podemos comprometer-nos com o futuro a cuidar da democracia e respeitar os direitos humanos".

O antigo líder estudantil garantiu que a Unidade Popular (UP), a coligação do antigo presidente socialista Salvador Allende (1970-1973), "não é responsável pelo bombardeamento de La Moneda, nem pelo golpe de Estado, nem por tudo o que veio depois", em referência à cruel ditadura instaurada por Augusto Pinochet (1973-1990).

Boric criticou a tese de que, segundo ele, "certas personalidades de direita tentaram instalar" para encontrar uma razão para a revolta militar que defende que "não há Pinochet sem Allende".

"Parece-me francamente perigoso, um erro, um relativismo histórico das brutalidades do que significou a ditadura. Em política há sempre alternativas, o golpe de Estado não era inevitável", considerou.

Boric e o seu governo foram notícia esta semana pela apresentação de um plano sem precedentes para a busca dos desaparecidos durante a ditadura que, pela primeira vez, atribui ao Estado a responsabilidade de investigar onde se encontram.

"O objetivo do plano não é fazer dos familiares os detetives, mas poder colocar todas as capacidades do Estado ao serviço da cura das feridas", afirmou.

A ditadura chilena deixou mais de 40.000 vítimas, entre executados, desaparecidos, presos políticos e torturados, segundo dados da comissão oficial que recolheu os testemunhos das vítimas e familiares.

Mais de 3.200 chilenos morreram nas mãos de agentes do Estado, dos quais 1.469 desapareceram.

Após décadas de buscas, os restos mortais de 307 foram encontrados e identificados, e outros 1.162 ainda não foram encontrados, de acordo com os últimos números oficiais.

Leia Também: Presidente do Chile faz 3.ª mudança no governo e demite 4 ministros

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