"O resultado será obviamente predeterminado e altamente manipulado. Estas chamadas eleições são uma farsa ilegítima", frisou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em conferência de imprensa.
O responsável acrescentou que os EUA "têm informações" sobre os planos do governo de Vladimir Putin para "fabricar os resultados eleitorais" nos territórios ocupados.
Os habitantes das áreas ocupadas pelo Exército russo nas regiões anexadas de Kherson, Lugansk, Donetsk e Zaporijia já começaram a ir às urnas nas eleições para a assembleia regional, conforme adiantou esta segunda-feira a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia.
Estas são as primeiras eleições municipais e regionais russas realizadas nestas regiões, anexadas pela Rússia em setembro de 2022, após um referendo que nem Kyiv nem a comunidade internacional reconheceram.
Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, deu a sua aprovação à reeleição dos líderes interinos das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, Denis Pushilin e Leonid Pásechnik, respetivamente, com quem se reuniu no Kremlin.
Fez o mesmo com Yevgeny Balitsky, governador interino de Zaporijia, atualmente palco da contraofensiva ucraniana, e com o líder da vizinha Kherson, Vladimir Saldo.
As eleições, que terão lugar em toda a Rússia em 10 de setembro, decorrem nestas regiões anexadas apesar de o Exército russo controlar apenas dois terços de Kherson, um pouco mais de metade de Donetsk e estar a ceder território em Zaporijia, onde Kiev anuncia avança quase diariamente em direção ao mar de Azov.
Em setembro de 2022, Putin assinou a anexação das quatro regiões ucranianas numa tentativa de estabelecer um corredor terrestre com a península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014, que Kiev tenta agora quebrar no âmbito da contraofensiva.
A assembleia de deputados da Ucrânia (Rada) aprovou uma moção a apelar a todos os parlamentos e governos do mundo para não reconhecerem estas eleições.
Os parlamentares ucranianos acusam a Rússia de transformar o seu sistema eleitoral numa "ferramenta para justificar a agressão armada contra o país vizinho e a legitimar a anexação ilegal dos territórios provisoriamente ocupados, e ainda para minar a confiança nas instituições democráticas".
O porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, já condenou a realização das eleições promovidas por Moscovo nos territórios ocupados da Ucrânia, considerando "mais uma violação massiva do direito internacional e da soberania da Ucrânia".
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