Ucrânia. Ex-ministro pede "união e coragem" para evitar III Grande Guerra
Oleksii Reznikov garantiu que Putin quer a "destruição da Ucrânia" e que não se contentará apenas com a cedência de alguns territórios como alguns sugerem fazer.
© Dmytro Larin /Global Images Ukraine via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O antigo ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, garantiu, em entrevista ao The Guardian, que as negociações com Moscovo não trarão paz e que Vladimir Putin continua determinado a destruir completamente a Ucrânia e a "anexar" os cidadãos ucranianos à Rússia.
Segundo o ex-governante ucraniano, qualquer "acordo" com o Kremlin é inútil, uma vez que "a Rússia exige o reconhecimento dos territórios ocupados da Ucrânia como seus em troca do fim da guerra apenas com um objetivo: ganhar algum tempo para reagrupar-se e 'finalmente resolver a questão ucraniana' utilizando novos recursos".
"A Rússia não reconhece a existência da Ucrânia e do povo ucraniano. O seu objetivo é destruir o Estado ucraniano e anexar os ucranianos", defendeu.
Na mesma entrevista, Oleksii Reznikov, que foi afastado do cargo, no domingo, pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, comparou os apelos à Ucrânia para fazer concessões territoriais às exigências internacionais de 1938 para que a Checoslováquia entregasse os Sudetos à Alemanha Nazi. O que acabou por acontecer.
"Sabemos pela história que isso não impediu Hitler. O Terceiro Reich ficou com o controlo total do que restava da Checoslováquia, incluindo o seu arsenal militar. As ações de Putin seguem um padrão semelhante", recordou, acrescentando que, se ninguém parar o presidente da Rússia, as suas ambições não vão ficar pela Ucrânia.
“Deixar a Rússia obter os recursos da Ucrânia só aumentará as ambições do Kremlin e levará a uma nova grande guerra na Europa Oriental, que envolverá inevitavelmente a NATO, como todos os riscos daí inerentes", atirou.
Para Rexnikov, que segundo o The Guardian pode vir a tornar-se embaixador da Ucrânia no Reino Unido, "a receita para a vitória" é clara. Inclui a restauração das fronteiras da Ucrânia, a retirada das tropas russas e a "punição dos criminosos de guerra". E para evitar "agressões semelhantes no futuro", defendeu ainda, é necessário integrar a Ucrânia em pactos de segurança e fazer "emendas ao direito internacional".
"Peço união, coragem e uma ação consolidada. Essa é a única maneira de salvamos o mundo da catástrofe de uma Terceira Guerra Mundial", concluiu.
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