Eleições locais na Rússia incluem territórios ucranianos ocupados

Os eleitores começaram hoje a votar nas eleições locais e regionais na Rússia que incluem, pela primeira vez, as quatro regiões ucranianas anexadas em setembro de 2022, num processo que Kyiv condena como violação da soberania.

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Lusa
08/09/2023 11:08 ‧ 08/09/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

As assembleias abriram às 05:00 (hora de Lisboa) e devem encerrar às 17:00 (hora de Lisboa) do próximo domingo.

Para analistas ocidentais, trata-se de uma "prova para o partido no poder, Rússia Unida, no contexto da guerra na Ucrânia" e para o Presidente, Vladimir Putin, que pode concorrer às eleições de 2024. 

De acordo com o centro de sondagens Levada, o único apontado como independente na Rússia, o chefe de Estado contava em agosto com o apoio de 80% dos eleitores. 

Pela primeira vez desde a anexação pela Rússia, no ano passado, nas províncias ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson vão decorrer eleições sob a lei de Moscovo, com forças militares de ocupação e sob lei marcial que se mantém nas frentes de combate. 

A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia apenas cancelou as eleições locais num distrito de uma localidade da região de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia. 

Em Donetsk e Zaporijia, a votação antecipada para os residentes que se encontram perto da "linha da frente" começou no passado dia 31 de agosto e em Lugansk e Kherson o processo iniciou-se na passada segunda-feira. 

Segundo a CEC, em Lugansk votaram 25% dos eleitores e em Zaporijia mais de 28%.

Em Donetsk, de acordo com o mesmo organismo, votaram 45% do total dos eleitores da zona e em Kherson 53% dos eleitores. 

Nas zonas anexadas na Ucrânia pela Rússia concorrem cinco partidos com representação no Parlamento de Moscovo e nenhum partido é da oposição. 

A maioria das assembleias de voto e representantes da CEC nestas províncias ocupadas é formada por cidadãos que já auxiliaram a Rússia a organizar os referendos ilegais de anexação no ano passado.

Os cidadãos que colaboram nos processos eleitorais foram identificados pelos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU).

Após as eleições, as assembleias legislativas locais têm 45 dias para escolher os novos governadores sendo provável que se mantenham nos cargos os mesmos responsáveis atualmente interinos.

O Parlamento da Ucrânia voltou a apelar aos governos do mundo para não reconhecerem as eleições que decorrem nos territórios ocupados. 

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que os resultados das eleições "estão predefinidos" e classificou o processo como "exercício de propaganda".

Os Estados Unidos "nunca irão reconhecer a presença da Rússia sobre qualquer território soberano da Ucrânia", disse Blinken acrescentando que "qualquer pessoa que apoie estas eleições pode vir a ser sancionada". 

Em junho, a União Europeia avisou sobre as "consequências" para a Rússia pelas eleições que considera ilegais nas quatro regiões ucranianas ocupadas. 

Na Rússia realizam-se as eleições diretas para os cargos de governador em 21 províncias do país.

Em vinte regiões vão ser votados os deputados regionais e em 17 regiões, vereadores municipais. 

Leia Também: Ucrânia. Rússia "fabricará resultados" de eleições nas regiões anexadas

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