Rússia acusa Kyiv de atacar cidade que abriga central de Zaporíjia
O diretor da empresa nuclear russa Rosatom, Alexei Lijachev, acusou hoje as autoridades ucranianas de lançarem um ataque com drones contra a cidade de Energodar, na região ucraniana de Zaporijia, que acolhe a maior central nuclear na Europa.
© Carl Court/Getty Images
Mundo Ucrânia
"Ontem [segunda-feira] ocorreram vários ataques de drones no território da Energodar. Dois dispositivos foram neutralizados e outros quatro lançaram ataques", disse Likhachev, citado pela agência Interfax.
Os ataques, acrescentou, não causaram mortos nem feridos.
Para o diretor da empresa nuclear estatal, esta é uma "resposta" de Kyiv às eleições organizadas pela Rússia nas quatro regiões anexadas à Ucrânia em setembro de 2022, incluindo Zaporijia.
"Entendo que foi uma resposta às eleições. As eleições em Energodar foram mais ativas do que no resto da região de Zaporijia, a julgar pelos resultados do partido Rússia Unida, daí a pressão", disse.
Segundo as autoridades eleitorais russas, em Zaporijia o partido do Kremlin, Rússia Unida, obteve mais de 80% dos votos.
Os resultados provisórios foram divulgados numa altura em que as autoridades russas tentam reforçar o controlo sobre os territórios que Moscovo anexou ilegalmente há um ano e que ainda não controla totalmente.
A votação para as legislaturas instaladas pela Rússia começou na semana passada e, segundo a Comissão Central de Eleições, os deputados do partido no poder, Rússia Unida, ficaram em primeiro lugar nas quatro regiões ucranianas anexadas no ano passado - Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporijia -- e na Península da Crimeia, que o Kremlin anexou em 2014.
A votação nas zonas ocupadas da Ucrânia foi denunciada por Kyiv e pelo Ocidente como uma farsa e uma violação do direito internacional.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 18 meses um elevado número de vítimas, não só militares como também civis, impossível de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
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