"Quarenta civis morreram em ataques aéreos em dois mercados e vários bairros de Nyala", relatou uma fonte médica contactada por telefone pela agência de notícias francesa AFP, em Wad Madani, 200 quilómetros a sul de Cartum.
Testemunhas nesta área já tinham relatado à AFP, anteriormente, que "ataques de aviões de combate do exército" visaram os dois mercados daquela localidade.
"Estão em curso assassinatos de civis em Nyala, Cartum e el-Facher (Norte de Darfur)", alertou Clémentine Nkweta-Salami, coordenadora humanitária da missão da ONU no Sudão, num comunicado de imprensa.
A representante das Nações Unidas apelou ao exército e aos paramilitares para "pouparem os civis", após a morte de pelo menos 46 pessoas, no domingo, em ataques aéreos em Cartum, um dos mais mortíferos em quase cinco meses de conflito no Sudão.
Desde 15 de abril, data em que começaram os combates sangrentos entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FSR), já morreram pelo menos 7.500 pessoas.
No espaço de um mês, mais de 50 mil pessoas foram forçadas a fugir de Nyala, onde as redes de comunicações estão cortadas permanentemente devido à intensidade do conflito, segundo a ONU.
Já no final de agosto, 39 pessoas foram mortas num único dia em Nyala, a segunda cidade mais populosa do Sudão.
Por sua vez, o chefe do exército sudanês, general Burhane, visitou hoje a Turquia, país que é um dos seus principais aliados, naquela que é a sua quinta viagem ao estrangeiro desde o início da luta pelo poder com os paramilitares.
Várias tentativas internacionais de mediação não conseguiram até agora estabelecer uma trégua duradoura entre as partes em conflito no Sudão.
Os combates, que já deixaram quase cinco milhões de deslocados e refugiados, agravaram a crise humanitária no país, um dos mais pobres do mundo.
Leia Também: Sudão. Organizações humanitárias exigem ação ao Conselho de Segurança