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Nagorno-Karabakh. Azerbaijão confirma 6 soldados russos mortos

O Azerbaijão indicou hoje pela primeira vez o número de soldados do contingente de paz russo mortos durante a ofensiva de Baku no Nagorno-Karabakh, referindo seis baixas em dois incidentes separados.

Nagorno-Karabakh. Azerbaijão confirma 6 soldados russos mortos
Notícias ao Minuto

18:53 - 21/09/23 por Lusa

Mundo Nagorno-Karabakh

Segundo o procurador-geral do Azerbaijão, os militares azeris mataram cinco soldados russos na quarta-feira ao disparem sobre a sua viatura, após terem sido "confundidos" por separatistas arménios. Um sexto militar russo foi morto no mesmo dia por "membros não identificados de formações armadas arménias" que dispararam sobre o seu veículo, segundo a mesma fonte.

O Ministério da Defesa russo tinha previamente anunciado a morte na quarta-feira de soldados russos, sem indicar o seu número. Já hoje, o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, apresentou as suas "desculpas" ao seu homólogo russo Vladimir Putin por estes militares caídos no decurso da ofensiva azeri.

Em paralelo, a Rússia indicou hoje ter detetado cinco violações do cessar-fogo no Nagorno-Karabakh, um dia após a sua instauração na sequência da capitulação dos separatistas arménios face a uma ofensiva imparável do Azerbaijão em apenas 24 horas.

"Desde o acordo de cessação das hostilidades, foram registadas cinco violações do cessar-fogo nos distritos de Chucha [dois] e de Mardakert [três]", indicou em comunicado o ministério da Defesa russo.

O mais recente sucesso militar de Baku, obtido em apenas 24 horas, está a suscitar receios de uma partida em massa dos 120.000 habitantes do Nagorno-Karabakh, mas até ao momento a Arménia indicou não estar em curso qualquer plano para a retirada das populações.

O último balanço dos separatistas arménios indica que a ofensiva azeri iniciada na terça-feira e concluída cerca de 24 horas depois provocou pelo menos 200 mortos e 400 feridos.

O enclave do Nagorno-Karabakh, com maioria de população arménia cristã ortodoxa, declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990 que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram graves confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do enclave durante uma nova guerra e com pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminando nos graves incidentes fronteiriços de setembro.

Leia Também: UE avisa Azerbaijão que terá "resposta" com agravamento no Nagorno-Karabakh

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