A reunião com Bashar al-Assad deu início a uma série de encontros entre Xi e vários líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, antes da abertura, na noite de sábado, dos Jogos Asiáticos, na cidade de Hangzhou, leste da China.
"Face à situação internacional instável e incerta, a China está disposta a trabalhar com a Síria para prestar apoio mútuo e salvaguardar, em conjunto, a imparcialidade e justiça internacionais", disse Xi, num vídeo publicado pela televisão estatal CCTV.
Xi explicou que as relações entre a China e a Síria "resistiram ao teste das tempestades e mudanças internacionais" e que a "amizade entre os dois países está cada vez mais forte".
A visita de Assad é paralela, em alguns aspetos, à do líder russo, Vladimir Putin, no ano passado, para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Ambos os líderes são vistos como párias no Ocidente, mas bem recebidos pela China, que tenta expandir a sua influência global e promover uma alternativa à ordem liberal liderada pelos Estados Unidos.
O líder sírio vai participar na cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos juntamente com o rei do Camboja, o príncipe herdeiro do Kuwait e os primeiros-ministros do Nepal, Timor-Leste e Coreia do Sul, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A competição, que acontece na cidade de Hangzhou, vai ter mais participantes do que os Jogos Olímpicos.
O rei cambojano Norodom Sihamoni chegou hoje ao aeroporto de Hangzhou. Um vídeo difundido pela CCTV mostrou Sihamoni a descer as escadas do avião até à pista, para uma recepção com tapete vermelho, que incluía as mascotes dos Jogos Asiáticos.
Para Assad, trata-se de uma rara viagem ao estrangeiro, numa altura em que tenta sair do isolamento internacional, provocado por uma guerra civil que começou há 12 anos. O conflito matou meio milhão de pessoas e deixou parte do país em ruína.
Pequim está a expandir a sua influência no Médio Oriente, após ter mediado um acordo, em março, entre a Arábia Saudita e o Irão.
A China pode desempenhar um papel importante, no futuro, na reconstrução da Síria, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de dólares. O país do Médio Oriente aderiu, no ano passado, à iniciativa "Faixa e Rota", um megaprojeto de infraestruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.
Desde que o conflito na Síria começou em março de 2011 com protestos pró-democracia e mais tarde se transformou numa guerra civil, o Irão e a Rússia ajudaram Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. A China usou o seu poder de veto na ONU por oito vezes para impedir resoluções contra o governo de Assad.
A última e única visita de Assad à China foi em 2004, um ano depois da invasão do Iraque, liderada pelos EUA, e numa altura em que Washington pressionava a Síria.
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