A junta que tomou o poder pela força em 2020 decidiu cancelar os eventos festivos previstos para o 63.º aniversário da independência e as celebrações limitaram-se a uma cerimónia de colocação de coroas de flores pelo chefe militar da nação, o coronel Goïta no monumento à independência e a uma parada militar, em Bamako, a capital.
O Mali, que desde 2012 se vê confrontado com a propagação do terrorismo e com uma profunda crise de segurança humanitária e política, assinala este aniversário num momento em que o norte do país vive um recomeço das hostilidades dos grupos separatistas e uma intensificação das atividades terroristas.
O exército e os grupos armados lutam pelo controlo do território, numa altura em que a missão das Nações Unidas (Minusma), afastada pela junta, está a retirar-se do Mali.
Os fundos destinados às festividades estão a ser redirecionados para apoiar os familiares das vítimas dos ataques terroristas, incluindo o feito atribuído a uma milícia rebelde contra um barco de passageiros no rio Níger, a 07 de setembro, anunciou o coronel.
"A situação de segurança é certamente tensa", afirmou, mas "o Mali vai recuperar a sua soberania em todo o território nacional e prestar serviços sociais básicos ao nosso povo".
É provável que as tensões aumentem até ao final de 2023, quando a Minusma abandonar os seus campos no norte.
Os separatistas consideram que os territórios reconquistados pelas Nações Unidas devem voltar ao seu controlo.
O coronel Goïta, que tomou posse como Presidente após um duplo golpe de Estado em 2020 e 2021, referiu, num discurso quinta-feira à noite, que o Estado iria reposicionar as suas forças militares em todo o país ao mesmo tempo que a Minusma se retirava dos seus campos em Kidal, Aguelhok e Tessalit no norte, bem como Douentza no centro e Ansongo no leste.
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