As peças arqueológicas pertencentes aos estilos pré-hispânicos Moche, Nasca, Wari, Chimú, Chancay, Lambayeque, Casma, Chimú-Inca, Inca e da Costa Central regressaram daqueles quatro países, bem como três bens culturais da época colonial transportados da Argentina.
Durante a cerimónia de entrega, que se realizou no Centro Cultural Inca Garcilaso, do Ministério das Relações Exteriores, em Lima, também foram expostas 14 réplicas modernas de bens culturais que regressaram dos Estados Unidos.
A vice-ministra do Património Cultural e Indústrias Culturais, Haydee Rosas, manifestou "plena satisfação" pelo regresso de "tão valiosos bens" do legado pré-hispânico e colonial.
"Trata-se, na maioria, de casos de devoluções voluntárias de instituições e de pessoas, seria muito encorajador pensar que constituem provas de uma melhor consciência a nível internacional sobre o transcendental valor que têm os bens culturais para os povos que os geraram, a quem pertencem, e dos quais nunca deveriam ter sido levados", disse.
Da Argentina regressaram 31 bens arqueológicos, que incluem vasos de cerâmica, instrumentos de tecelagem, peças de metal, sandálias de fibra vegetal e um fragmento de tecido, além de três vasos de madeira, devolvidos voluntariamente pelos herdeiros da falecida arqueóloga Isabel Pereda.
Uma vasilha e uma escultura de cerâmica foram enviados da Bélgica, através da embaixada peruana em Espanha, enquanto outros 18 bens arqueológicos, entre vasilhas, esculturas de cerâmica e instrumentos têxteis foram devolvidos voluntariamente por um cidadão suíço.
Dos Estados Unidos, há cinco peças de cerâmica que foram apreendidas pelo pessoal de controlo do Aeroporto Internacional de Miami, 13 bens arqueológicos (nove têxteis, um instrumento têxtil e três restos ósseos), devolvidos voluntariamente pelo Museu Field de História Natural de Chicago, e outros quatro (duas vasilhas, uma panela e um cântaro) devolvidos pelo Instituto de Artes do Condado de Middlesex, em Nova Jérsia.
O Ministério peruano da Cultura considerou que as recuperações são fruto de um trabalho coordenado com o Ministério das Relações Exteriores, com o apoio de entidades parceiras "no âmbito da aplicação dos acordos firmados pela Comissão Nacional para a Proteção e Recuperação dos bens móveis integrantes do Património Cultural da Nação".
"Devemos sublinhar que as peças de cerâmica, os têxteis, a ourivesaria e outros tipos de bens que constituem este grupo dão conta da riqueza artesanal das sociedades pré-hispânicas, cujos artífices as elaboraram como expressão da sua sensibilidade e conceção da realidade no nosso passado andino", concluiu o ministério.
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