A passagem da tempestade, na noite de 10 para 11 de setembro, provocou inundações e a destruição de duas barragens, no leste da Líbia, criando uma onda de água parecida com um 'tsunami', que inundou e destruiu a cidade de Drena. Pelo menos mais de 3.800 pessoas morreram, segundo o mais recente balanço das autoridades.
Na sua página oficial na rede social X (antigo Twitter), o diplomata senegalês, Abdulaye Bathily, relatou que numa reunião, no quartel-general do alto comando do exército de Haftar, em Bengasi, com Khalifa Haftar, foram abordadas as perspetivas de reconstrução das zonas devastadas, particularmente em Drena, a cidade mais afetada, juntamente com cidades vizinhas.
"Sublinhei a necessidade de uma ação nacional coordenada para superar a crise, incluindo um plano nacional de reconstrução transparente e inclusivo", escreveu Bathily, que instou todas as partes a aproveitar a "extraordinária solidariedade e unidade que os líbios demonstraram nestes tempos difíceis", e a redobrar esforços para realizar eleições e unificar as instituições nacionais, para melhor enfrentar os desafios futuros.
O Governo líbio, com sede em Benghazi, no leste, e as Forças Armadas Árabes Líbias, sob controle de Haftar, ordenaram a jornalistas e meios de comunicação social que abandonassem Derna, onde colapsaram as duas barragens, que arrastaram áreas residenciais inteiras, pontes e estradas até ao mar.
A luta pelo poder na Líbia afetou a previsão e a resposta às inundações.
Haftar, que controla política e militarmente o leste do país e cujo filho, Saddam, foi nomeado chefe do comité de resposta para coordenar a intervenção humanitária, lamentou a morte de 94 membros do seu exército (ENL) e dos serviços de segurança como resultado da tempestade.
Quase duas semanas depois do desastre, as buscas para encontrar corpos sob os escombros e no mar continuam, estando pelo menos nove equipas estrangeiras a participar.
Mais de 43 mil pessoas foram deslocadas devido às inundações, de acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O Ministério Público líbio abriu há uma semana uma investigação sobre a rutura das duas barragens, construídas na década de 1970, e sobre a atribuição de verbas para a sua manutenção.
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