"O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, discutiu a questão várias vezes com o homólogo norte-americano, Antony Blinken. Espero que, se eles [EUA] cumprirem a sua palavra, o nosso parlamento também cumprirá a sua", disse o chefe de Estado turco.
Questionado sobre se estava a referir-se à venda de caças F-16 à Turquia, um negócio bloqueado há anos pelo Congresso norte-americano, Erdogan escusou-se a responder diretamente à questão, referindo apenas que "tanto a Suécia como o Canadá e os Estados Unidos relacionam as duas questões".
"Dizemos: 'se vocês têm um Congresso, nós temos um parlamento e não o podemos deixar de lado'. Temos uma coligação de partidos e trabalhamos para a unidade, mas a decisão sobre a adesão da Suécia à NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] será tomada pelo parlamento", reiterou.
O partido fundado e liderado por Erdogan, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islâmico conservador), dispõe de uma maioria absoluta no parlamento graças à coligação com o ultranacionalista MHP, que sempre votou em bloco a favor das propostas do parceiro desde que assinou a aliança em 2015.
Erdogan fez estas declarações na segunda-feira à noite a um grupo de jornalistas a bordo do avião no regresso de uma visita oficial ao Azerbaijão, mas só hoje foram publicadas pela imprensa turca.
No passado, e a propósito da adesão de Estocolmo à NATO, o Presidente turco impôs várias condicionantes, nomeadamente insistiu que a Suécia deveria limitar as expressões públicas de apoio à guerrilha curda, extraditar pessoas procuradas na Turquia e, mais recentemente, travar os atos de queima do livro sagrado do Islão, o Corão.
No entanto, tem recusado ligar a venda dos caças norte-americanos F-16 à questão sueca.
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