"As pessoas desta região aguentaram nove meses de isolamento, sem acesso a bens essenciais, sem acesso a alimentos e a assistência médica e humanitária", disse em comunicado o chefe de missão dos MSF na Arménia, Franking Frias.
"As pessoas (civis) viram-se presas no meio de bombardeamentos e tiroteios, e foram forçadas a fazer escolhas dolorosas entre arriscar a vida ficando em casa ou a deixar tudo para trás em busca de segurança", acrescenta o responsável da organização.
No documento refere-se que o corredor de Lachin, "a linha de vida fundamental para a região", tem estado bloqueado desde o dia 12 de dezembro de 2022, resultando numa grave escassez de bens essenciais, incluindo alimentos, medicamentos, combustível e outros bens de primeira necessidade para os cerca de 120 mil habitantes do Nagorno Karabakh.
"É crucial que as pessoas que desejam deixar o território tenham uma passagem segura para saírem do Nagorno-Karabakh", Frias reforçando que o corredor de Lachin é crucial para a segurança dos civis.
No passado dia 21 de setembro, os Médicos Sem Fronteiras enviaram uma equipa para Goris, na província de Syunik, sul da Arménia, para prestar ajuda às pessoas que abandonam o Nagorno-Karabakh, "depois de vários meses de cerco".
A organização recorda ainda que tem experiência no Azerbaijão e na Arménia desde o final dos anos 1980 prestando cuidados de saúde nos dois países.
As autoridades arménias comunicaram hoje a chegada de 42.500 refugiados do Nagorno-Karabakh, um terço da população da região separatista onde o Azerbaijão levou a cabo uma ofensiva militar na semana passada.
No domingo, Baku abriu a única estrada que liga o enclave à Arménia, quatro dias depois de os separatistas se terem rendido e de um acordo de cessar-fogo ter colocado o Nagorno-Karabakh sob o controlo do Azerbaijão.
Segundo fontes governamentais do Azerbaijão, um total de 192 soldados azeris foram mortos e 511 ficaram feridos durante a ofensiva do Azerbaijão no Nagorno-Karabakh na semana passada.
O Ministério da Saúde do Executivo de Baku acrescentou também que um civil azeri morreu durante as hostilidades.
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