O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado pela Turquia, Suécia e União Europeia um grupo terrorista, reivindicou a autoria do ataque que aconteceu este domingo na capital turca, Ancara.
"Uma ação de sacrifício foi hoje levada a cabo contra o ministério do Interior da Turquia por uma equipa da nossa Brigada Mortal", referiu um responsável à agência Firat News Agency (ANF), pró-PKK. As informações são citadas pela Agência France-Presse.
O ataque foi planeado para coincidir com a sessão de abertura da época legislativa no Parlamento turco.
O PKK disse que esta foi uma resposta às "práticas desumanas" do exército turco contra a população curda e contra o grupo.
Os militares realizam, frequentemente, operações contra o PKK e os seus aliados no Sudoeste da Turquia.
"Se estes genocidas continuarem a cometer estes crimes, as ações legítimas da justiça revolucionária continuarão", assegurou.
Segundo a imprensa turca, também foram ouvidas trocas de tiros no bairro do Parlamento, zona onde se localizam muitos ministérios.
O ataque aconteceu hoje e dois terroristas morreram, de acordo com informações do governo turco. Um dos terroristas fez-se explodir e outro foi morto pelas forças de segurança turcas.
Um dos dois terroristas, que carregavam bombas, fez-se explodir à porta do Ministério e o outro foi morto com um tiro na cabeça antes de ter oportunidade de fazer o mesmo", declarou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, aos jornalistas.
O ministro turco acrescentou que dois polícias ficaram feridos e estão a receber cuidados médicos, mas não correm risco de morte.
Yerlikaya não atribuiu na altura o ataque a qualquer grupo específico, apenas prometeu que o governo continuaria a lutar de forma decisiva contra "todos os tipos de terrorismo e crime organizado".
O ministro turco alertou que as imagens do ataque não devem ser divulgadas nas redes sociais e que está a ser aberta uma investigação judicial contra quem realizar publicações do atentado.
Vários jornalistas turcos divulgaram na rede social X (antigo Twitter) vídeos do incidente supostamente gravados por câmaras de segurança. Nas imagens, é possível observar uma carrinha ligeira a parar diante do Ministério do Interior turco. Dois homens saem do veículo, um dos atacantes coloca-se em posição de disparar diante do carro quando se ouve uma grande explosão.
Segundo o jornal turco Sabah, o carro já foi identificado e pertence a um veterinário da província de Kayseri, cerca de 300 quilómetros a sudeste de Ancara.
"Os terroristas nunca alcançarão os seus objetivos", disse hoje o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao parlamento, poucas horas depois do ataque.
"Os vilões que ameaçam a paz e a segurança dos cidadãos não alcançaram os seus objetivos e nunca os alcançarão", acrescentou ainda Erdogan.
[Notícia atualizada às 17h16]
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