As declarações de Dmitri Peskov ocorrem no mesmo dia em que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) estão reunidos em Kyiv, num encontro inédito, para expressarem a "solidariedade" do bloco europeu para com a Ucrânia, alvo de uma invasão russa desde fevereiro do ano passado.
"O cansaço do apoio completamente absurdo ao regime de Kyiv vai aumentar em vários países, incluindo nos Estados Unidos" disse o porta-voz da Presidência russa.
O futuro da ajuda norte-americana está em suspenso, tendo as medidas de apoio a Kyiv ficado de fora do acordo de financiamento provisório alcançado no fim de semana, que evitou uma paralisação da administração federal dos Estados Unidos nos próximos 45 dias.
Mesmo assim, o Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu não "abandonar" a Ucrânia.
"É claro que os Estados Unidos vão continuar a estar envolvidos neste conflito e diretamente", disse Peskov aos jornalistas, quando questionado sobre a ajuda norte-americana.
Mas, segundo anteviu o porta-voz russo, o "cansaço" do Ocidente vai criar mais "divisões no 'establishment' político" e levar a "contradições".
Perante os avanços lentos da contraofensiva ucraniana e o receio de uma diminuição do apoio ocidental à Ucrânia, a reunião de hoje em Kyiv também pretendeu mostrar à Rússia que "não deve contar" com o "cansaço" da UE, afirmou na capital ucraniana a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, citada pelas agências internacionais.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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