Níger. Junta militar no poder aceita mediação proposta pela Argélia

O Níger aceitou a mediação da Argélia, que tinha proposto "um plano de transição de seis meses" às forças militares que tomaram o poder neste país da África Ocidental, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros argelino.

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Lusa
02/10/2023 15:26 ‧ 02/10/2023 por Lusa

Mundo

África Ocidental

"O governo argelino recebeu, por intermédio do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Níger, a aceitação da mediação destinada a promover uma solução política para a crise no Níger", declarou o ministério em comunicado.

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, deu instruções ao chefe da diplomacia, Ahmed Attaf, "para se deslocar a Niamey o mais rapidamente possível para iniciar conversações (...) com todas as partes envolvidas", segundo o comunicado.

No final de agosto, Argel tinha proposto discussões políticas "durante um período máximo de seis meses (...) com a participação e a aprovação de todos os partidos do Níger sem exclusão", sob a supervisão de uma "autoridade civil dirigida por uma figura consensual aceite por todos os quadrantes da classe política", a fim de conduzir ao "restabelecimento da ordem constitucional no país".

Argel considera que "a aceitação da iniciativa argelina reforça a opção de uma solução política para esta crise e abre o caminho para que estejam reunidas as condições para a ultrapassar pacificamente no interesse do Níger e de toda a região", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Níger é governado há mais de dois meses por um regime militar que chegou ao poder após um golpe de Estado que derrubou em 26 de julho o Presidente eleito Mohamed Bazoum.

Os advogados de Bazoum anunciaram também hoje que vão apresentar uma queixa contra os autores do golpe de Estado.

No anúncio, divulgado num comunicado, os advogados acrescentam que vão enviar a questão ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

A queixa, que a AFP consultou hoje, visa o general Abdourahamane Tiani, o novo homem forte do Níger, e "todos os outros", por "atentado e conspiração contra a autoridade do Estado, crimes e infrações cometidos por funcionários públicos e detenções e confinamentos arbitrários".

Mohamed Bazoum está detido desde a deposição pelos militares nigerinos.

Leia Também: Pelo menos 30 mortos em explosão de camião-cisterna na Nigéria

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