Milan Radoicic foi colocado em prisão preventiva durante 48 horas e entregue ao Ministério Público de Belgrado, informou o Ministério sérvio num comunicado.
A polícia realizou buscas no seu apartamento e outras propriedades que lhe pertencem, segundo a mesma fonte, que não especificou a localidade onde o suspeito foi detido, nem a das buscas.
Milan Radoicic é empresário e ex-líder político dos sérvios do Kosovo. O detido era vice-presidente da Lista Sérvia (Srpska lista), principal grupo político dos sérvios do Kosovo, e demitiu-se das funções na semana passada.
Radoicic já foi interrogado uma primeira vez, no sábado, pela polícia sérvia. Poucos dias antes, o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse que Radoicic estava na "Sérvia central" e estava disponível para interrogatório pelas autoridades sérvias.
O norte do Kosovo, uma área de maioria sérvia, foi palco, em 24 de setembro, de confrontos violentos entre as forças especiais da polícia kosovar e um comando paramilitar fortemente armado.
Um agente da polícia kosovar foi morto e outro ficou ferido numa barricada montada à entrada da aldeia de Banjska, a 15 quilómetros da fronteira com a Sérvia.
A polícia kosovar lançou uma grande operação contra este grupo, que se refugiou num mosteiro da Igreja Ortodoxa Sérvia. Três dos seus membros, todos sérvios do Kosovo, foram mortos e outros três foram detidos. Os outros fugiram, incluindo Milan Radoicic.
Acusado pelo Ministro do Interior do Kosovo, Xhelal Sveçla, de ter sido o líder do comando, o próprio Radoicic afirmou, através do seu advogado em Belgrado, ter criado e equipado este grupo, sem o conhecimento de Belgrado.
O objetivo do seu ato foi, explicou, "criar as condições para realizar o sonho de liberdade do (seu) povo no norte do Kosovo".
A Sérvia recusa-se a reconhecer a independência que a sua antiga província do sul, de maioria albanesa, proclamou em 2008.
Um terço dos cerca de 120.000 sérvios do Kosovo (1,8 milhões de habitantes) vive no norte do Kosovo, uma região que faz fronteira com a Sérvia, onde Pristina deseja estabelecer a sua soberania. Apoiados por Belgrado, recusam qualquer lealdade ao Governo do Kosovo.
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