Os destroços do autocarro que, na terça-feira, caiu de um viaduto para uma linha ferroviária - a uma altura de 15 metros - em Veneza, Itália, causando a morte de, pelo menos, 21 pessoas, foram retirados do local durante esta madrugada.
As operações decorreram depois de os bombeiros terem demorado horas a extinguir o fogo causado e, de acordo com o jornal La Repubblica, o veículo teve de ser içado com o apoio de dois guindastes e depois de ter sido colocado numa plataforma.
O acidente aconteceu às 19h45 locais, uma hora mais tarde em Lisboa, quando o veículo, alugado por 40 turistas, se dirigia a um parque de campismo em Marghera.
De acordo com o jornal italiano, um eventual problema de saúde do condutor ou uma manobra mal feita são as hipóteses que estão a ser examinadas no decorrer da investigação.
As famílias das vítimas já começaram, esta quarta-feira, a chegar ao parque de campismo onde as vítimas estavam alojadas, o que poderá não acontecer apenas hoje, dado que as mesmas eram de várias nacionalidades.
Quem são as vítimas?
Segundo a Associated Press, além das 21 mortes, há ainda 18 feridos. O jornal La Repubblica, por seu turno, refere 15 feridos, a maioria com gravidade – e dois dos quais estarão nos cuidados intensivos.
Os feridos foram distribuídos por cinco hospitais na região e duas destas vítimas terão mesmo sido operadas durante a madrugada. Entre os feridos estão pessoas de nacionalidade ucraniana, francesa, alemã, croata, espanhola e austríaca e pelo menos duas menores: uma com três anos e outra com 13. As quatro pessoas que estão feridas com mais gravidade são adultos, com idades entre os 20 e os 30 anos.
Só ainda terão sido identificadas sete vítimas mortais. Para lá do condutor, que era italiano, também morreram uma pessoa de nacionalidade alemã e cinco de nacionalidade ucraniana. Segundo o La Reppublica, uma das vítimas mortais era um bebé de apenas alguns meses e outra tinha 12 anos. Há ainda outra criança entre as vítimas mortais, mas não é referida a idade.
A operação de resgate
De acordo com o que o comandante dos bombeiros disse às publicações internacionais, “a retirada das pessoas foi complicada”. Mauro Luongo referiu que o veículo estava cheio e que contaram “39 pessoas, entre as quais estavam alguns menores”.
“Entre as dificuldades estava o facto de o autocarro ser elétrico – e, por isso, com baterias. Infelizmente, incendiaram-se com o impacto. Estes equipamentos são um problema sério quando estão quentes. Foi por isso que as operações demoraram mais”, explicou.
“As pessoas no autocarro estavam rodeadas de chamas”, referiu o mesmo responsável, citado pela Associated Press. “Aquilo que encontrámos foi terrível. Demorou cerca de uma hora para retirar alguns corpos”, explicou.
Já o presidente da Câmara de Veneza, Luigi Brugnaro, recorreu às redes sociais nos momentos seguintes ao acidente para descrever o cenário como “apocalíptico”.
“Uma grande tragédia atingiu a nossa comunidade esta noite. Declarei luto na cidade, em memória do grande número de vítimas que estavam no autocarro que caiu. Um cenário apocalíptico, não há palavras”, escreveu Luigi Brugnara na rede social X (antigo Twitter).
Un’immane tragedia ha colpito questa sera la nostra comunità.
— Luigi Brugnaro (@LuigiBrugnaro) October 3, 2023
Ho disposto da subito il lutto cittadino, in memoria delle numerose vittime che erano nell’autobus caduto.
Una scena apocalittica, non ci sono parole. pic.twitter.com/APnsQoPMkL
Veja as imagens do acidente na galeria acima.
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