"Teremos mais defesa aérea - os acordos são claros. Isto é muito importante antes do inverno. Espanha, Itália, França, Alemanha, Grã-Bretanha -- obrigado!", disse Zelensky na sua mensagem diária transmitida nas redes sociais.
O Presidente ucraniano também anunciou que o exército receberá "mais artilharia e mais armas de longo alcance" dos parceiros mencionados.
Reunidos no sul de Espanha, em torno de Volodymyr Zelensky, os líderes europeus enviaram hoje um sinal sobre um aumento da ajuda militar à Ucrânia, face aos receios de uma redução do apoio norte-americano devido à crise política em Washington.
Na sequência de reuniões bilaterais, o chefe de Estado ucraniano recebeu em Granada do seu homólogo francês, Emmanuel Macron, a promessa de "apoio infalível" durante "o tempo que for necessário", e de Berlim a de um novo sistema americano de defesa aérea 'Patriot'.
A Alemanha fará "tudo" para que "a Ucrânia possa proteger-se do terror dos mísseis de Putin", acrescentou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock.
Mas, mesmo que prometam mais ajuda, os europeus não pretendem substituir os norte-americanos, alertou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, à chegada à cimeira da comunidade política europeia.
"A Europa está a aumentar a sua ajuda", estando em discussão um pacote de 50 mil milhões de euros, mas "será que a Europa conseguirá preencher o vazio deixado pelos Estados Unidos?", questionou Borrell, que respondeu: "Obviamente, a Europa não pode substituir os Estados Unidos", que são de longe os principais fornecedores de armas à Ucrânia.
Única nota discordante nesta unanimidade europeia em torno do Presidente ucraniano, a Eslováquia anunciou que iria congelar as suas decisões sobre a ajuda militar à Ucrânia, enquanto se aguarda a constituição do futuro governo de Robert Fico, considerado pró-Rússia.
O Presidente ucraniano denunciou em Granada um ataque com 'rockets' russos contra uma loja de uma aldeia no leste da Ucrânia, que matou pelo menos 51 pessoas, e foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses.
Zelensky, que participou em Granada numa cimeira da Comunidade Política Europeia com cerca de 50 líderes europeus com o intuito de angariar apoios para o seu país em guerra, classificou o ataque como um "crime russo comprovadamente brutal" e "um ato de terrorismo completamente deliberado".
O chefe de Estado ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que "o terror russo tem de ser travado".
"Agora estamos a falar com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas", acrescentou.
"O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros", disse Zelensky, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.
No inverno passado, a Rússia atacou o sistema energético da Ucrânia e outras infraestruturas vitais através de ataques constantes de mísseis e 'drones' (aparelhos não tripulados), provocando cortes contínuos de energia em todo o país.
O sistema energético da Ucrânia demonstrou um elevado grau de resiliência e flexibilidade, ajudando a aliviar os danos, mas tem havido preocupações de que a Rússia intensifique novamente os seus ataques às instalações elétricas à medida que o frio se aproxima.
Leia Também: Zelensky fará visita bilateral a Portugal, mas "não desta vez"