Hezbollah destrói câmaras de vigilância de Israel na fronteira com Líbano
O grupo militante libanês Hezbollah afirmou hoje ter começado a destruir câmaras de vigilância em vários postos do exército israelita ao longo da fronteira, com o aumento da tensão após o início da guerra entre Israel e o Hamas.
© MAHMOUD ZAYYAT/AFP via Getty Images
Mundo Israel
Os meios de comunicação militares do Hezbollah divulgaram um vídeo que mostra francoatiradores a disparar e a destruir câmaras de vigilância colocadas em cinco pontos ao longo da fronteira entre Israel e Líbano, incluindo uma perto da cidade israelita de Metula.
O grupo militante parece querer impedir o exército israelita de controlar os movimentos no lado libanês da fronteira, após dias de troca de tiros que deixaram pelo menos sete pessoas mortas, incluindo quatro combatentes do Hezbollah, no lado libanês.
Desde o ataque de 7 de outubro do movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, contra Israel, que matou mais de 1.400 civis e tropas israelitas, a tensão tem vindo a aumentar ao longo da fronteira Líbano-Israel.
Os combatentes do Hezbollah dispararam mísseis antitanque contra posições do exército israelita e as tropas israelitas bombardearam zonas fronteiriças do lado libanês da fronteira.
Israel e o Hezbollah são ferozes inimigos que travaram uma guerra de um mês no verão de 2006. Israel considera o grupo militante xiita apoiado pelo Irão a sua mais séria ameaça imediata, estimando que o Hezbollah tenha cerca de 150.000 foguetes e mísseis apontados para Israel.
Receia-se que o poderoso Hezbollah, apoiado pelo Irão, possa juntar-se à guerra contra Israel.
No início deste mês, o presidente dos EUA, Joe Biden, avisou os outros intervenientes no Médio Oriente para não se juntarem ao conflito, tendo enviado navios de guerra americanos para a região e prometido total apoio a Israel.
O legislador do Hezbollah, Hassan Fadlallah, disse no domingo que o grupo está pronto para todas as possibilidades, acrescentando: "não queremos revelar qual é o próximo passo", afirmando que o próximo passo do Hezbollah "está ligado ao que está a acontecer em Gaza".
A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, afirmou hoje que a situação tensa ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel é "preocupante e perigosa" e apelou à contenção, após reuniões com o primeiro-ministro interino Najib Mikati, o presidente da Câmara dos Representantes, Nabih Berri, e o chefe do exército, general Joseph Aoun.
"Estamos aqui para reafirmar a nossa relação e o nosso apoio ao Líbano e para dizer que é inaceitável que qualquer parte ou grupo entre em guerra ou que aconteça o que está a acontecer em Gaza", afirmou a diplomata numa conferência de imprensa na Residência Pine da Embaixada de França em Beirute.
O gabinete de Najib Mikati afirmou em comunicado, após a reunião, que Catherine Colonna apoiava uma proposta egípcia para realizar uma reunião entre os líderes árabes e os Estados membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para encontrar uma solução que evitasse uma escalada na guerra que até agora matou milhares de palestinianos e israelitas.
"Estou a deixar a região, convencida de que a ameaça que sobre ela pende pode ser evitada através de uma ação cooperativa e determinada", disse Colonna na rede social X, antigo Twitter.
Mikati afirmou que o governo do país tem estado a lutar para aliviar as tensões ao longo da fronteira sul com Israel e evitar arrastar o pequeno país para uma nova guerra. O seu gabinete de imprensa afirmou, em comunicado, que tem mantido telefonemas com altos funcionários e dirigentes dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Turquia, Qatar e outros governos regionais e internacionais.
Hoje, o exército israelita ordenou a evacuação de 28 comunidades perto da fronteira libanesa. A ordem militar afeta as comunidades situadas num raio de dois quilómetros da fronteira.
O Hezbollah disse que o aumento dos ataques foi um aviso e não significa que o grupo tenha decidido entrar em guerra.
A Organização Mundial de Saúde avisou hoje que enviou duas remessas de suprimentos médicos para Beirute em preparação para uma potencial escalada ao longo da fronteira Líbano-Israel.
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