"Os relatórios preliminares dizem-nos que houve três mortos, mas ainda não temos toda a informação", disse à EFE o porta-voz da Autoridade da Vida Selvagem do Uganda (UWA, na sigla em inglês), Bashir Hangi.
"Os atacantes também incendiaram o veículo em que viajavam as vítimas", acrescentou o porta-voz da UWA, uma instituição governamental responsável pela gestão dos parques nacionais e outras áreas naturais protegidas do Uganda.
O incidente ocorreu no Parque Nacional Rainha Isabel, na estrada que conduz à cidade de Katwe, perto da fronteira entre o Uganda e a RDCongo, segundo Hangi.
As nacionalidades dos turistas estrangeiros ainda não são conhecidas porque o fogo destruiu todos os seus documentos, disse o porta-voz à EFE, mas a polícia ugandesa já iniciou uma investigação.
"Os turistas e o seu motorista tinham saído para um safari de barco à tarde e estavam a caminho do hotel quando os atacantes os intercetaram por volta das 18:30 locais (16:30 em Lisboa)", disse à EFE um guia turístico da zona, que pediu para não ser identificado.
O ataque ocorreu dois dias depois de o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, ter dito que as forças de segurança tinham impedido ataques a igrejas atribuídos às ADF.
O Presidente salientou ainda que o exército ugandês efetuou ataques aéreos contra as ADF no sábado em quatro localidades democrático-congolesas perto da fronteira entre os dois países.
Não foi a primeira vez que o Uganda levou a cabo ações militares contra a ameaça terrorista.
Em novembro de 2021, registaram-se vários atentados no país, com bombistas suicidas a fazerem explodir bombas no centro da capital, Kampala, num bar popular e no interior de um autocarro, causando pelo menos oito mortos (incluindo os atacantes).
As autoridades também atribuíram estes ataques às ADF.
A incursão mais grave deste grupo rebelde em território ugandês ocorreu em junho passado, quando os insurrectos mataram pelo menos 42 pessoas, incluindo 37 estudantes, numa escola do distrito de Kasese (oeste), perto da fronteira com a RDCongo.
Embora os peritos do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tenham encontrado provas de apoio direto às ADF por parte do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques, os EUA passaram a catalogar as ADF como uma "organização terrorista" desde 2021.
O grupo rebelde foi criado no início da década de 1990 por muçulmanos ugandeses que se diziam marginalizados pelas políticas de Museveni.
Na altura, os rebeldes organizaram ataques mortíferos no Uganda.
Leia Também: Polícia do Uganda impede ataques terroristas a igrejas