"Estamos a assistir a várias crises no mundo inteiro, mas não podemos fechar os olhos àquela que agora é a maior crise de deslocados internos", afirmou o chefe da diplomacia europeia, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Borrell salientou que, devido à guerra em curso entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), "o Sudão tem mais deslocados internos que qualquer outro país do planeta".
Atualmente, o Sudão tem mais de 7,1 milhões de pessoas deslocadas no país, 4,5 milhões das quais desde que eclodiu esta nova onda de conflitos, que opõe o exército liderado pelo presidente do Conselho Soberano de Transição, Abdel Fattah al-Burhane, às RSF, comandadas pelo antigo número dois do chefe das Forças Armadas, Mohamed Hamdan Dagalo.
Os confrontos, que começaram em abril, deram-se devido a meses de tensão entre Abdel Fattah al-Burhane e Mohamed Hamdan Dagalo, depois de terem conduzido um golpe militar que derrubou um Governo civil de transição apoiado pelo ocidente.
A incapacidade do exército sudanês e das forças paramilitares de chegarem a um consenso sobre forças militares regularizadas, após a destituição de Omar Hassan al-Bashir, que governou o país durante 30 anos, em 2019, tem sido criticada pela sociedade civil, devido à falta de vontade de ambos os lados de chegar a um acordo.
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