Segundo fontes do Salvamento Marítimo e do Centro de Coordenação de Emergência e Segurança do governo regional das Canárias ouvidas pela agência espanhola Efe, o alerta da chegada desta embarcação ocorreu por volta das 08.00 horas locais (09:00 em Lisboa), quando se encontrava perto do porto de La Restinga.
De acordo com a contagem provisória, a embarcação era ocupada por 81 homens, 10 dos quais menores de idade, e todos em aparente bom estado de saúde.
Esta chegada acontece um dia depois de 1.157 migrantes de origem subsaariana terem chegado às Ilhas Canárias, a maioria deles, cerca de 1.000 a el Hierro, a ilha mais a sul do arquipélago.
Os migrantes que chegaram a el Hierro seguiam em cinco embarcações precárias, uma delas a maior da história desta rota, com 320 pessoas a bordo.
A maioria destas embarcações foram resgatadas em alto mar pelas autoridades espanholas.
Entre sexta-feira e sábado, também a marinha senegalesa intercetou três embarcações precárias, com 361 pessoas, incluindo 51 menores.
"A marinha nacional intercetou, nos dias 20 e 21 de outubro de 2023, três embarcações que transportavam um total de 361 candidatos à migração irregular, incluindo 29 mulheres e 51 menores", informou a organização, numa mensagem difundida ao início da manhã na rede social X (antigo Twitter).
"Os migrantes foram desembarcados e entregues aos serviços estatais competentes", acrescentou a mesma fonte
O Senegal é um país de trânsito e de origem para os migrantes que estão a chegar irregularmente às ilhas espanholas das Canárias, uma rota que está a atingir, nos últimos meses, números sem precedentes desde 2006.
De acordo com dados publicados na segunda-feira pelo Ministério do Interior espanhol, 23.537 migrantes chegaram ao arquipélago das Canárias entre 1 de janeiro e 15 de outubro deste ano, o número mais elevado desde o recorde de 2006, quando se registaram 31.678.
Só na primeira quinzena de outubro, chegaram às ilhas um total de 8.561 pessoas.
Após o encerramento das fronteiras terrestres devido à pandemia de covid-19 e às dificuldades económicas agravadas por essa crise, a chamada "rota atlântica", uma das mais perigosas do mundo para a migração, parecia mostrar sinais de estabilização e até de declínio durante 2022 e na primeira metade de 2023.
Perante este aumento de casos, o governo espanhol já anunciou que vai reforçar a vigilância das costas do Senegal e da Mauritânia durante um mês e meio com um avião da Guarda Civil, com a colaboração de ambos os países, para impedir a saída das embarcações.
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