Segundo indicou hoje o ministro da Presidência, Marcin Przydacz, Duda vai chamar os representantes dos partidos políticos pela ordem dos resultados obtidos nas eleições legislativas, tendo sublinhado que uma declaração conjunta dos partidos da oposição "não muda nada".
Os partidos da oposição polaca, que nas eleições de 15 de outubro ultrapassaram, em conjunto, o número de assentos parlamentares conquistados pela força política mais votada no escrutínio, o Lei e Justiça (PiS, atualmente no poder), anunciaram uma posição comum para apresentar ao presidente e pedir-lhe a formação de Governo.
A ideia é distribuir os três cargos mais importantes do Governo - o de primeiro-ministro, o de presidente do Congresso e a presidência do Senado - por uma coligação.
O ministro da Presidência também rejeitou hoje a ideia de que o chefe de Estado possa convocar a oposição num bloco único.
"O presidente convidou cada uma das coligações que participaram nas eleições, segundo uma fórmula clara: desde o partido que obteve mais votos até ao que obteve menos", disse Marcin Przydacz, em declarações à rádio RMFFM.
Questionado sobre qual o partido que tem mais hipóteses de receber a tarefa de formar Governo, Przydacz frisou que o presidente Duda "agirá de acordo com o disposto na Constituição", embora tenha reconhecido que "se a oposição se unir, certamente conseguirá formar um Governo".
"O importante é que se forme Governo, com base numa maioria parlamentar (...). O presidente decidirá quem nomeia como primeiro-ministro. Tem mandato absolutamente livre para o nomear", observou.
A Polónia realizou eleições legislativas em 15 de outubro e, embora o partido que ocupa o Governo, o Lei e Justiça (PiS), tenha vencido, os partidos da oposição, liderados pela Plataforma Cívica do ex-primeiro-ministro e antigo presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, têm maioria e já reconheceram a sua intenção de formar um executivo de coligação para destituir o ultraconservador Mateusz Morawiecki.
De acordo com os resultados finais das eleições, o PiS obteve 35,4% dos votos, a Plataforma Cívica 30,7%, a Terceira Via 14,4%, a Nova Esquerda 8,6% e a Confederação (extrema-direita) 7,2%.
As eleições tiveram uma participação de 74,4%, um recorde no país, face aos 61,7% observados em 2019.
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