Cem civis mortos em confrontos entre exército etíope e rebeldes

Cerca de 100 civis foram mortos na última semana na Etiópia em confrontos entre as forças armadas e os rebeldes do Exército de Libertação Oromo (OLA, na sigla em inglês), confirmaram hoje à EFE líderes da oposição e residentes locais.

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© MICHELE SPATARI/AFP via Getty Images

Lusa
23/10/2023 20:18 ‧ 23/10/2023 por Lusa

Mundo

Etiópia

Os confrontos ocorreram em várias zonas da região de Oromia, a maior província etíope e onde se situa a capital Adis Abeba.

No dia 17 de outubro, na zona de Balloo Gadabba, as Forças de Defesa Nacional (exército etíope) mataram a tiro nove civis, acusando-os de alimentarem os combatentes do OLA, disse à EFE por telefone Bete Urgessa, responsável pelos assuntos políticos da Frente de Libertação Oromo (OLF, na sigla em inglês), na oposição.

De igual modo, em 15 de outubro, as forças de segurança massacraram vinte civis na zona ocidental de Showa, no distrito de Jaldu, segundo a mesma fonte.

Em 14 de outubro, as forças governamentais dispararam novamente contra residentes do norte de Showa, do distrito de Warra Jarso, de Migiro Baddessa e de Gito Milki Kebele, matando mais de 20 pessoas, incluindo uma mulher e os seus quatro filhos, acrescentou.

"Uma guerra em grande escala está a ser travada secretamente na região de Oromia. Nem os etíopes nem a comunidade internacional estão conscientes do sofrimento que está a acontecer na região", acusou Bete Urgessa.

Cidadãos contactados pela EFE disseram que o exército etíope está a levar a cabo execuções extrajudiciais em Oromia, onde crianças e mulheres também estão a morrer devido à falta de comida e a uma epidemia de malária.

"No dia 17 de outubro de 2023, três jovens suspeitos de abrigar combatentes do OLA foram mortos extrajudicialmente por membros das Forças de Defesa numa área chamada Dera, no norte de Showa", disse Birhanu Olofata, uma testemunha local, à EFE.

Outra pessoa disse, sob condição de anonimato, que muitas pessoas foram mortas pelas Forças de Defesa na área de Wellega Horo Guduru.

A EFE tentou, sem sucesso, contactar o Serviço de Comunicação do Governo Federal para obter um comentário aos combates na região de Oromia.

A primeira ronda de conversações de paz entre o OLA e o governo federal etíope iniciou-se em 25 de abril no arquipélago tanzaniano de Zanzibar e terminou sem acordo em 03 de maio.

O OLA separou-se da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de este partido ter deposto as armas para regressar ao país para fazer política a convite do primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed em 2018, quando este chegou ao poder.

Desde então, o grupo, que busca a autodeterminação do povo Oromo historicamente marginalizado e foi listado em 2021 como um grupo terrorista pelo executivo etíope, tem usado Oromia (oeste, centro e sul) como base para suas operações.

Nos passados meses de junho e julho, mais de 720 pessoas foram mortas em dois ataques atribuídos aos rebeldes do OLA na região, segundo a organização não-governamental de direitos humanos Amnistia Internacional e testemunhas oculares.

Os ataques do OLA são frequentemente de cariz étnico e visam membros do povo Amhara, maioritário na região de Amhara e presente em partes da vizinha Oromia.

Leia Também: Amnistia Internacional acusa ONU de "fechar os olhos" a crimes na Etópia

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