Embora o primeiro-ministro israelita não tenha entrado em pormenores sobre o conteúdo do cessar-fogo, Ben Gvir não tardou a manifestar o seu desacordo com a iniciativa, uma vez que esta "não cumpre o objetivo da guerra", de fazer regressar os civis ao norte do país.
Numa publicação no seu perfil oficial nas redes sociais, o ministro de extrema-direita rejeitou a possibilidade de confiar nas Forças Armadas libanesas como garante da segurança no sul do Líbano, uma vez que se trata de um Exército que "não tem autoridade alguma e muito menos capacidade para derrotar o Hezbollah".
"Para sairmos do Líbano, temos de ter a nossa própria cintura de segurança. Já vimos que não devemos confiar em ninguém a não ser em nós mesmos. Caso contrário, serão lançados mísseis contra (...) todo o norte e todo o Estado de Israel e, por fim, teremos de regressar ao Líbano", sustentou o polémico ministro, conhecido pelas suas posições racistas e xenófobas.
Netanyahu já confirmou uma proposta de cessar-fogo no Líbano para uma cessação das hostilidades com o Hezbollah, de modo a que as Forças Armadas israelitas possam concentrar-se na ameaça representada pelo Irão, o Estado patrocinador não só do Hezbollah, mas também do movimento islamita palestiniano Hamas e de outros grupos islâmicos regionais que têm atacado Israel desde o ataque de dimensões sem precedentes da milícia palestiniana, a 07 de outubro de 2023.
Os ataques do Exército israelita ao Líbano fizeram pelo menos 3.800 mortos e 15.800 feridos. A intensificação das hostilidades em Beirute e no sul do Líbano seguiu-se ao fogo cruzado transfronteiriço iniciado há mais de um ano, quando o Hezbollah atacou Israel, um dia após a ofensiva do Hamas de 07 de outubro de 2023.
O Exército israelita procedeu a uma nova invasão do Líbano a 01 de outubro, após semanas de intensos bombardeamentos e ataques ao país, incluindo a explosão coordenada de milhares de 'pagers' e 'walkie-talkies' nas mãos de elementos do Hezbollah.
Os ataques ao Líbano dizimaram o movimento xiita, que perdeu o seu líder histórico, Hassan Nasrallah.
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