Tribos beduínas no Sinai celebram os seus antepassados com uma corrida de camelos

As tribos beduínas da península egípcia do Sinai celebraram na sexta-feira uma corrida de camelos, que há mais de quarenta anos se realiza no vale desértico de Al Zalaga, para recordar o património centenário dos antepassados dessas comunidades.

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© Matt Moyer/Getty Images

Lusa
11/01/2025 07:06 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Egipto

Um total de 15 camelos participaram na corrida mais longa e famosa de todo o Egito, na qual estes animais têm de percorrer o mais rápido possível cerca de 30 quilómetros perante o olhar expectante dos seus apoiantes e turistas, que todos os anos marcam presença para testemunhar o espetáculo, noticiou a agência Efe.

 

Esta tradição secular começou a ser celebrada anual e ininterruptamente no Egito em 1982 e, até hoje, as duas maiores tribos do Sinai - Al Tarabin e Mezena - são as únicas que participam, pois tornaram-se as únicas que habitam o vale de Al Zalaga.

Meses antes de competir, os membros da tribo passam algum tempo a decidir qual a corrida mais apropriada.

Os camelos passam depois por um árduo treino para garantir que estão em grande forma antes do evento, que conta com a presença de centenas de pessoas de todo o mundo.

"É uma herança da antiguidade, dos nossos antepassados das tribos Al Tarabin e Mezena", contou Ismael Sabah à agência Efe, destacando dois dos camelos que participam na corrida, apelidados de Sheilan e Sougan, cujas raças são conhecidas pela sua velocidade.

O processo de treino é longo: durante um ano fazem com que os camelos percorram longas distâncias até se habituarem e desenvolverem capacidades físicas, acrescentou Sabah, que diz com orgulho que se um dos seus camelos ganhasse a corrida não o venderia "nem mesmo por dez mil milhões de libras egípcias".

"Durante 40 anos, seguindo o caminho dos nossos antepassados, continuamos este desporto dos nossos pais e avós e recebemos visitantes de todo o mundo", explicou à agência Efe o responsável da organização do vale de Al Zalaga.

O responsável acrescentou que o primeiro prémio vale 40.000 libras egípcias (cerca de 777 euros à taxa de câmbio atual) e que também há prémios para os participantes da corrida, que geralmente envolve entre 35 e 40 camelos.

No entanto, apenas 15 pessoas participaram nesta edição, todas pertencentes à tribo Mezena, uma vez que trinta quilómetros são considerados "uma longa maratona" e "é preciso um camelo forte para a suportar", explicou Mohamed.

A corrida segue o mesmo padrão dos seus antepassados, e apenas as crianças entre os cinco e os quinze anos podem participar, pois são mais leves e isso permite que o camelo corra um pouco mais rápido.

Os turistas David e Jamie, dos Estados Unidos e dos Países Baixos, disseram à Efe que esta experiência é única e que nunca viram "nada assim", ao mesmo tempo que afirmaram que vão voltar a Al Zalaga para recordar este acontecimento tão enraizado na história da humanidade.

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