"A plataforma Pharos, que recolhe e trata as denúncias de conteúdos de ódio na internet, recebeu mais de 4.000 alertas, mais de 300 foram transmitidos à justiça para que os autores sejam encontrados e punidos", revelou a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, em declarações aos deputados no Parlamento em Paris, durante um debate sobre a situação internacional.
No dia 17 de outubro, o Governo francês declarou ter registado "183 detenções" em França por "atos antissemitas" desde 07 de outubro, bem como "327 atos antissemitas" e "3.176 denúncias" na plataforma Pharos, 281 das quais foram submetidas à apreciação da justiça.
O conflito israelo-palestiniano é uma questão particularmente sensível em França, onde a causa dos palestinianos em geral, e dos habitantes de Gaza em particular, tem sido historicamente defendida por alguns partidos de esquerda.
O país alberga também a maior comunidade judaica da Europa (cerca de 500.000 pessoas) e cerca de seis milhões de pessoas de fé ou tradição muçulmana.
O debate sobre o conflito tornou-se particularmente aceso após os sangrentos ataques do movimento islamista palestiniano Hamas contra Israel, em 07 de outubro último, nos quais foram mortas mais de 1400 pessoas, na sua maioria civis, e raptadas 212 pessoas israelitas e estrangeiras.
Na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, mais de 5.000 palestinianos, na sua maioria civis, incluindo cerca de 2.000 crianças, morreram em resultado dos bombardeamentos de retaliação israelitas, segundo o movimento palestiniano.
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