Luso-venezuelanos veem esperança na vitória de Maria Corina
Os luso-venezuelanos veem na vitória de Maria Corina Machado, nas primárias opositoras de domingo, uma esperança de mudança no país e de reencontro entre famílias lusitanas que estão divididas em Portugal e na Venezuela.
© Lusa
Mundo Maria Corina Machado
"Maria Corina Machado converteu-se na esperança, não apenas dos venezuelanos, mas também da nossa imigração, da nossa comunidade portuguesa na Venezuela e dos que estão fora, que querem regressar", disse um dirigente associativo.
Alberto Viveiros falava à agência Lusa, em Caracas, na sede do partido Vente Venezuela, fundado por Maria Corina Machado, do qual é militante, no âmbito da divulgação dos primeiros resultados das primárias em que a oposição venezuelana elege o candidato unitário que enfrentará Nicolás Maduro nas presidenciais de 2024 e nos quais a candidata vai à frente.
"Ganhou a democracia. Os resultados foram mais do que aquilo que pensámos que poderia ter sido. Foram muito mais. Estamos a falar de 90%, de 80%, e até mesmo em Portugal foi um número muito alto, apesar de que houve problemas. Foi um processo, mas o resultado está [à vista] e a democracia vai chegar à Venezuela", disse.
"Já estou a trabalhar com Maria Corina desde há seis anos. Sou dirigente associativo da comunidade portuguesa e senti que era uma maneira de a nossa comunidade ter representatividade, ao lado de Maria Corina", explicou.
Filho de conhecidos emigrantes portugueses, Alberto Viveiros explicou que uniu-se ao partido de Maria Corina para "trabalhar para mudar o que está mal e de alguma maneira fazer que a Venezuela volte a ser aquilo que era antes", quando os pais e avós dos lusodescendentes chegaram ao país.
"Que as nossas famílias regressem. No meu caso, são os meus pais que estão fora [emigrados] já há sete anos", sublinhou, explicando que o atual regime "dividiu as (...) famílias, que estão uma metade lá, em Portugal, e a outra metade por cá, cuidando das [suas] propriedades".
Por outro lado, afirmou que "nunca teve medo", mesmo "em tantos momentos" em que foi "perseguido", sublinhando que as primárias foram um desafio, perante obstáculos que foram surgindo para impedir a abertura de centros eleitorais.
"Sentimos a democracia, [votámos] de uma maneira manual. Num ambiente muito alegre, as pessoas fizeram fila, à conversa e com muita alegria, queriam votar desta maneira [manual]", disse.
No entanto, advertiu que a confirmar-se a vitória de Maria Corina nas primárias "é apenas o início de muito mais que ainda está por fazer e por isso não se se pode baixar a força".
"É preciso [fazer] ainda muito mais e, em 2024, nas eleições presidenciais todos têm de sair [para] votar por Maria Corina Machado, não há outra maneira", frisou.
Por outro lado, Denis Gonçalves, coordenador local (Venezuela) de voluntários com Maria Corina Machado e da sua equipa em Portugal, explicou que "nunca tinha trabalhado em política, mas sentia admiração por Maria Corina".
"Ela é um sucesso, e comecei a trabalhar no partido, e sinto um orgulho incrível em trabalhar com ela e temos um ambiente de trabalho ótimo", disse, precisando que trabalha com a candidata desde há três anos.
"A Maria Corina é um sucesso nacional. Quando sais às ruas a falar dela todos a veem como uma pessoa que vai mudar o país (...) Ela é um caminho e as pessoas estão muito esperançadas com ela, porque o povo quer um câmbio", frisou.
Por outro lado, sublinhou que os venezuelanos não deixaram de ter medo, mas "a verdade saiu [veio à tona] e a verdade é que a Venezuela não é aquilo que dizem, está a necessitar de um câmbio e o povo saiu a expressar-se nas urnas".
"Tenho um grande orgulho, como filho de emigrantes, de pai e mãe portugueses, em trabalhar aqui e do trabalho que se tem feito e do que se fez também fora da Venezuela, por exemplo em Portugal onde o sucesso foi incrível com Maria Corina a ter mais de 95% de aprovação e isso repetiu-se em todos os países", concluiu.
Segundo dados provisórios divulgados pela Comissão Nacional de Primárias, Maria Corina Machado obteve quase 1,5 milhões de votos votos, correspondente a 92,6%, com 64,9% das mesas já contabilizadas.
Em segundo lugar, mas com apenas 70.819 votos, 4,45% do total, segue o também antigo deputado Carlos Prosperi. Nenhum dos outros oito candidatos conseguiu mais de 0,7%, incluindo a juíza independente luso-venezuelana Glória Pinho (0,09%).
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