Sistema de saúde de Gaza "atingiu pior fase da sua história", diz Hamas

O Ministério da Saúde do grupo islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, alertou hoje que o sistema de saúde do enclave "atingiu a pior fase da sua história" devido ao bloqueio imposto por Israel.

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Lusa
24/10/2023 07:00 ‧ 24/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O Ministério avisou que os hospitais estão a ficar sem recursos, incluindo reservas de combustível, pelo que vão ficar sem energia e com as instalações sobrelotadas devido ao elevado número de mortos e feridos, de acordo com um comunicado.

Pelo menos 57 palestinianos morreram esta manhã, na sequência de novos bombardeamentos das Forças de Defesa de Israel contra as cidades de Khan Younis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, disse.

Os ataques a residências e a um posto de gasolina em Khan Yunis deixaram até agora 23 mortos e 80 feridos, indicou a agência de notícias palestiniana Wafa.

Em Rafah, 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois de o exército israelita ter bombardeado edifícios residenciais, de acordo com fontes palestinianas, estando ainda a decorrer operações de resgate.

Também em Gaza, o jornalista palestiniano Mohamed Imad Labad morreu num ataque israelita a um local perto da sua casa, no bairro de Sheikh Radwan, elevando para 20 o número de jornalistas mortos desde o início da guerra, em 07 de outubro.

Pouco depois, o jornal palestiniano Filastin, ligado ao Hamas, anunciou a recuperação de dois corpos dos escombros de Khan Yunis e de três em Rafah.

Entretanto, o escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários anunciou esta madrugada a morte de seis funcionários da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o principal organismo de ajuda humanitária que ainda pode trabalhar em Gaza.

Isto eleva para 35 o número de funcionários da UNRWA mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 07 de Outubro.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou estas mortes e disse estar ao lado dos funcionários "que estão a fazer tudo o que podem para ajudar quem mais necessita", indicou numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

Na segunda-feira, a ONU voltou a alertar que o principal centro hospitalar de Gaza, o Hospital Shifa, está "à beira do colapso", assim como outras estruturas de saúde, devido à falta de eletricidade, medicamentos, equipamentos e pessoal.

Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Leia Também: "Todos os países têm o direito de se defender”, diz MNE chinês

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