Os militares tomaram o poder no Gabão minutos depois de as autoridades eleitorais terem anunciado a vitória do Presidente Ali Bongo nas disputadas eleições de 26 de agosto.
"Sublinhamos que a nossa assistência humanitária, sanitária e educativa continuará a beneficiar o povo do Gabão", declarou hoje o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Milller, num comunicado, adiantando que a ajuda externa ao Gabão foi suspensa temporariamente a 26 de setembro.
"Retomaremos a nossa assistência em paralelo com ações concretas do Governo de transição para o estabelecimento de um regime democrático", acrescentou Miller.
A designação oficial de golpe de Estado surge quase dois meses após o derrube do Presidente Ali Bongo Ondimba.
Ondimba tinha cumprido dois mandatos desde que chegou ao poder em 2009, após a morte do seu pai, que governou o país durante 41 anos.
Os golpistas - tal como a oposição - afirmaram "que as eleições não foram transparentes, credíveis ou inclusivas e acusaram o executivo de governar de forma irresponsável e imprevisível, prejudicando assim a coesão social".
Um grupo de soldados já tinha tentado, sem sucesso, um golpe em 2019.
Ali Bongo e vários membros da sua família foram colocados em prisão domiciliária por alta traição contra as instituições do Estado e desvio maciço de fundos públicos, entre outras acusações, embora a junta militar tenha anunciado a libertação do antigo presidente no passado dia 06, por motivos de saúde.
A antiga colónia francesa é membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), mas a sua riqueza petrolífera não é acessível a todos, e quase 40% dos gaboneses com idades entre os 15 e os 24 anos estavam desempregados em 2020, de acordo com o Banco Mundial.
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