Rússia denuncia bloqueio meios comunicação social russos pela Moldávia
A Rússia qualificou hoje como "hostil" a decisão da Moldávia de bloquear mais de 20 portais de comunicação social russos na internet, antes das eleições locais na antiga república soviética que faz fronteira com a Ucrânia.
© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo
Mundo Rússia/Ucrânia
"Um passo tão abertamente hostil em relação à Rússia é mais um sinal da política oficial irracional anti-russa de Chisinau", afirmou a porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros (MNE), Maria Zakharova, através de um comunicado.
As autoridades moldavas, enumerou o MNE russo, bloquearam os portais na internet de canais públicos russos como a NTV, Vesti e RT; Zvezda, a estação de televisão do Ministério da Defesa russo; o canal ultra-nacionalista Tsargrad e agências como a Rossia Segodnia.
"O bloqueio maciço do acesso aos portais noticiosos em língua russa constitui uma violação grosseira, por parte das autoridades moldavas, da liberdade de expressão e do direito dos seus cidadãos à informação em russo, a língua falada pela esmagadora maioria dos moldavos", afirmou o Governo russo.
A prioridade de Chisinau "não são os interesses do povo moldavo", mas as diretrizes "russofóbicas" ditadas pelos seus patrocinadores ocidentais.
"Não há dúvida de que os cidadãos do país irão avaliar corretamente esta escolha de prioridades", acrescenta o comunicado, referindo-se às eleições municipais previstas para 05 de novembro próximo na Moldávia.
O Serviço de Informação e Segurança da Moldávia anunciou hoje o bloqueio de 22 portais na internet em língua russa, alegadamente por divulgarem informações das autoridades de um país que se encontra em pleno "conflito militar" e que foi reconhecido como "Estado agressor".
As autoridades moldavas já tinham proibido a transmissão de programas noticiosos russos na rádio e na televisão em junho de 2022.
No ano passado, a Moldávia encerrou seis canais de televisão russos, alegando a intenção de proteger os seus cidadãos da propaganda e desinformação do Kremlin, que apoia a região separatista moldava da Transnístria.
Em setembro, o Governo moldavo expulsou também o diretor local da agência noticiosa russa Sputnik, acusando o meio de comunicação de "mentiras e propaganda".
Na altura, o Kremlin protestou contra a "perseguição" dos meios de comunicação social russos na Moldávia e convocou o embaixador moldavo em Moscovo.
Atualmente, apenas são permitidos filmes, séries, programas musicais e programas de entretenimento russos.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a Presidente moldava pró-europeia, Maia Sandu, tem criticado regularmente o que considera ser a interferência russa e as tentativas de derrubar o seu país, que faz fronteira com aquele país invadido em fevereiro de 2022.
Ao mesmo tempo, Sandu defendeu a entrada da Moldávia na União Europeia, "a única forma de proteger a liberdade, paz e democracia" do país, considerando-a ainda "um investimento na segurança coletiva da Europa", de acordo com os argumentos utilizados num discurso recente.
A antiga república soviética de 2,6 milhões de habitantes, situada entre a Roménia e a Ucrânia, recebeu o estatuto oficial de candidata à adesão no ano passado.
Acusados de serem instrumentos de "desinformação" do Kremlin, os meios de comunicação social Sputnik e RT estão proibidos de emitir na UE desde março de 2022, tanto através da televisão como online, na sequência de um acordo da UE-27 pouco depois do início do conflito.
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