Hoje à tarde, a mesma entidade do território anunciou que 5.791 pessoas, na grande maioria civis, incluindo mais de 2.300 crianças, foram mortas desde 07 de outubro, quando iniciaram os ataques israelitas em território palestiniano, em retaliação a uma ofensiva levada a cabo pelo movimento palestiniano contra Israel.
Um jornalista da agência noticiosa francesa AFP destacado no local descreveu que várias pessoas transportavam hoje à noite corpos de familiares para um hospital no sul do enclave.
Também hoje à tarde, durante uma visita a tropas que se preparavam para uma provável operação terrestre visando o enclave, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse-lhes que o Exército "estava a atacar o inimigo com muita força".
"Durante os nossos ataques, infligimos [na segunda-feira] ao inimigo o golpe mais pesado que ele sofreu num único dia", declarou.
O Exército israelita também anunciou ao início da noite que tinha repelido uma incursão em Israel a partir do mar por um comando de mergulhadores do Hamas "na área do 'kibutz' Zikim", três quilómetros a norte da fronteira com a Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou hoje que a crise humanitária devido à guerra entre Israel e o Hamas está a gerar surtos epidémicos que já afetam cerca de 3.100 pessoas, na maioria crianças.
Um porta-voz do ministério, citado pelas agências internacionais, afirmou que "as epidemias propagam-se cada vez mais devido à sobrelotação dos centros de acolhimento" de deslocados, problema que é agravado pela falta de água potável e pela impossibilidade de se manter um mínimo de higiene pessoal face ao cerco israelita, que impede o acesso a alimentos, eletricidade ou medicamentos.
"As epidemias incluem doenças diarreicas, intoxicações alimentares, doenças de pele, sarna e infeções brônquicas, além de dezenas de casos de varicela", afirmou a mesma fonte.
O impacto da guerra entre as crianças palestinianas é cada vez pior e a organização não-governamental (ONG) Save the Children informou hoje que poderá haver perto de 900 menores desaparecidos entre os escombros, sem que as equipas de resgate tenham capacidade para os retirar devido à falta de combustível e aos incessantes bombardeamentos israelitas.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que se saldou na morte de mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e na captura de 220 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo no enclave. Também impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Israel autorizou a passagem de três colunas de camiões de ajuda humanitária para o enclave desde sábado, mas as autoridades locais e as organizações internacionais afirmam que as quantidades estão longe de corresponder ao necessário.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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