Guterres é "o mais fraco" líder que ONU já teve, diz diplomata israelita

Há mais vozes a pedir a demissão do secretário-geral da ONU após a polémica em torno das suas declarações no Conselho de Segurança.

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© MATT CARASELLA/Patrick McMullan via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
25/10/2023 22:08 ‧ 25/10/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Dan Gillerman, antigo embaixador de Israel nas Nações Unidas, reiterou, esta quarta-feira, as críticas do país a António Guterres. O diplomata defendeu que é hora de o secretário-geral da ONU "ir embora" e considerou que o português foi,  "possivelmente", o "mais fraco" líder que a organização "já teve".

Esta posição foi partilhada em declarações à Sky News. Gillerman comentou ainda as explicações dadas por Guterres no dia de hoje, após a polémica espoletada pelo seu discurso na terça-feira, e considerou que estas chegaram "tarde demais".

"O que ele disse ontem foi muito, muito claro. Numa declaração totalmente ridícula e ultrajante, ele realmente justificou as ações daqueles horríveis assassinos do Hamas", atirou.

"Acho que Guterres é possivelmente o secretário-geral mais fraco e mais baixo que a ONU já teve e depois de uma declaração como esta, é hora de partir", defendeu ainda.

Na terça-feira, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, numa intervenção em inglês, António Guterres considerou que "é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo", acrescentando que "o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante".

António Guterres defendeu que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas", assim como "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".

No início da sua intervenção, o secretário-geral da ONU referiu que condena "inequivocamente os atos de terror horríveis e sem precedentes do Hamas em Israel" e disse que "nada pode justificar a morte, os ferimentos e o rapto deliberados de civis - ou o lançamento de foguetes contra alvos civis".

Na mesma reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, acusou António Guterres de estar desligado da realidade e de mostrar compreensão pelo ataque do Hamas de 7 de outubro com um "discurso chocante".

Na rede social X, o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de António Guterres das funções de secretário-geral desta organização e, hoje, anunciou a decisão de Israel de não conceder vistos a representantes da ONU, numa entrevista à Rádio do Exército israelita.

Nesta sequência, António Guterres acabou por se manifestar "chocado com as interpretações erradas" das declarações que fez na terça-feira e negou ter justificado os atos de terror do Hamas.

Leia Também: "Absurdo". Governo e (quase todos os) partidos saem em defesa de Guterres

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