Human Rights Watch e AI apelam à libertação de detidos no Níger
A Human Rights Watch e a Amnistia Internacional apelaram hoje à libertação imediata das pessoas detidas no Níger pelo regime militar após o golpe de 26 de julho, denunciando também a repressão contra jornalistas e opositores ao poder.
© Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Níger
As autoridades nigerinas "deveriam libertar as pessoas detidas arbitrariamente", indicaram as duas Organizações Não Governamentais (ONG) em comunicado de imprensa.
O regime militar deve "fazer cumprir os direitos humanos e garantir a liberdade de imprensa", declarou a investigadora da Humans Rights Watch (HRW) Ilaria Allegrozzi, citada no texto.
As duas ONG recordam que desde o golpe de Estado, o Presidente Mohamed Bazoum está detido na sua residência presidencial com a sua mulher e filho e que vários ministros do regime estão em diferentes prisões do país.
A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch "consideram as suas detenções arbitrárias porque têm motivações políticas".
As ONG afirmam também que "as autoridades ameaçaram, assediaram, intimidaram e prenderam arbitrariamente jornalistas, jovens e suspeitos de opositores políticos, bem como pessoas que expressavam opiniões críticas".
Os jornalistas regionais e internacionais no Níger "estão sob pressão crescente no exercício das suas atividades", sublinham, acrescentando que "têm sido ameaçados, assediados verbalmente 'online' e atacados fisicamente".
As duas organizações mencionam, por exemplo, o caso da jornalista nigeriana Samira Sabou, detida em 30 de setembro e acusada nomeadamente de "produção e divulgação de dados suscetíveis de perturbar a ordem pública", depois libertada provisoriamente em 11 de outubro.
Denunciam também a suspensão da transmissão da Radio France Internationale (RFI) e da France 24, ordenada pelas autoridades militares no início de agosto.
As ONG denunciam ainda violência física cometida por apoiantes do regime nas ruas de Niamey.
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