"Reconhecemos plenamente o direito e o desejo legítimo de lutar contra o terrorismo. Estamos prontos a prestar a nossa assistência. Mas consideramos que o bloqueio total, os bombardeamentos indiscriminados e ainda mais a perspetiva de uma operação terrestre massiva não tem a natureza adequada para a proteção das populações civis (...)", declarou o chefe de Estado francês durante uma conferência de imprensa, na sequência da cimeira europeia realizada na quinta-feira, em Bruxelas.
Macron referiu que "uma trégua humanitária é útil hoje para poder proteger aqueles que estão no terreno, que sofreram com os bombardeamentos".
O presidente francês foi além da declaração conjunta dos líderes dos vinte e sete países da União Europeia, que após duras negociações semânticas solicitaram uma "pausa" para facilitar a ajuda humanitária em Gaza.
Parecendo deplorar este "debate muito longo", Emmanuel Macron insistiu na necessidade de "uma trégua humanitária para proteger as populações", negociar a libertação dos reféns e "resolver o problema dos hospitais, que é muito complicado".
Segundo o presidente francês, a resposta israelita deve "orientar melhor a ação útil contra os terroristas".
"É essencial que a distinção seja feita desde o início, muito claramente, em relação às populações civis. Caso contrário, há um risco de alastramento, de confusão dos espíritos. E paradoxalmente, penso que também é muito contraproducente para a segurança de Israel", sublinhou.
Emmanuel Macron, que mencionou durante uma viagem ao Médio Oriente entre terça e quarta-feira a ideia de uma "coligação internacional" para lutar contra o Hamas - como a que existe contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) -, explicou que iria propor aos "parceiros" de França "uma reunião para estruturar esta iniciativa".
A França também quer retirar os seus cidadãos da Faixa de Gaza, sitiada e bombardeada por Israel, "o mais rapidamente possível", anunciou o presidente.
Segundo Paris, cerca de cinquenta franceses estão atualmente em Gaza, mas contando com as famílias e funcionários do instituto francês no local, isto eleva para 170 o número de pessoas que a França quer garantir proteção.
"Queremos retirá-los o mais rapidamente possível. Isto é o que estamos a organizar tanto com as autoridades palestinianas como com o Egito. E é isso que vários outros países europeus desejam fazer em coordenação connosco", acrescentou Macron.
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