Gaza é "campo de batalha" e residentes devem "partir", diz Israel

O exército israelita avisou hoje que considera a cidade de Gaza e a região circundante como um "campo de batalha" e ordenou aos residentes que "partam imediatamente" para o sul, através do rio Wadi Gaza.

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Lusa
28/10/2023 16:52 ‧ 28/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"A província de Gaza tornou-se um campo de batalha; as zonas de abrigo e toda a província não são seguras", lê-se nos folhetos que o exército israelita afirma ter lançado no território palestiniano, de acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

"Devem partir imediatamente para as zonas a sul de Wadi Gaza", o rio que atravessa o território de leste a oeste, acrescenta-se ainda no texto da AFP.

O porta-voz do exército israelita Daniel Hagari afirmou num comunicado gravado em vídeo e difundido em várias redes sociais que se estava a "acabar o tempo" para os habitantes do norte de Gaza e da cidade de Gaza.

"Vão para sul para vossa própria segurança. Isto não é uma simples medida de precaução, é uma advertência urgente para a segurança dos civis", disse o responsável das forças israelitas.

Na mensagem dirigida aos civis, o porta-voz referiu que o Hamas põe as suas vidas em perigo, "ao esconder armas e militantes em escolas, mesquitas e hospitais".

O objetivo da operação militar em Gaza, segundo Daniel Hagari, consiste em "neutralizar a ameaça do Hamas", cujo braço armado foi autor dos ataques terroristas contra o território de Israel no dia 07 de outubro.

O ministro da Defesa de Israel disse hoje que "o solo tremeu em Gaza" e que a guerra contra os líderes do enclave palestiniano, o grupo islamita Hamas, entrou numa nova etapa.

"Passamos para a próxima etapa da guerra", disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, em declarações hoje divulgadas pelos meios de comunicação israelitas.

"Na noite passada [sexta-feira], o solo tremeu em Gaza. Atacamos acima do solo e no subsolo. (...) As instruções para as forças são claras. A campanha continuará até novo aviso."

As suas declarações marcam a aceleração gradual rumo a uma possível ofensiva terrestre total no norte de Gaza.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, além de 220 sequestradas. Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas desde 2007.

Desde o início do conflito, foram contabilizados mais de 7.300 mortos e cerca de 19.000 feridos na Faixa de Gaza, a grande maioria civis, dos quais mais de 3.000 são crianças.

[Notícia atualizada às 17h58]

Leia Também: ONU adverte para "novo nível de violência e dor" na guerra com o Hamas

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