Uma multidão invadiu no fim de semana o principal aeroporto do Daguestão, uma república de maioria muçulmana do sudoeste da Rússia, para tentar atacar pessoas que tinham acabado de chegar num voo de Israel.
Karyrov disse no final de uma reunião do governo em Grozny que a polícia chechena irá prender qualquer pessoa envolvida em distúrbios do género e tem ordem para matar quem desobedecer.
Se a pessoa resistir, avisou, a polícia reserva-se o direito de disparar três tiros de aviso.
"Depois disso, se a pessoa continuar a infringir a lei, dispara o quarto tiro na cabeça. Não o fará mais. Esta é a minha ordem", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Tal como o Daguestão, a Chechénia tem uma população predominantemente muçulmana.
Kadirov, um aliado do líder russo, Vladimir Putin, acusou os governos ocidentais de terem fomentado a perseguição de israelitas no Daguestão, na linha do que o Kremlin (presidência russa) também denunciou como interferência externa.
O líder do Daguestão, Sergei Melikov, acusou mesmo a Ucrânia de ter sido responsável pela agitação através de um canal na rede Telegram que terá usado para inflamar os muçulmanos locais.
O protesto no Daguestão teve como pano de fundo a guerra em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
Os manifestantes que tomaram o aeroporto da capital do Daguestão exibiram bandeiras palestinianas e gritaram palavras de ordem contra os judeus.
A intervenção das forças de segurança resultou em duas dezenas de feridos e mais de 80 detidos.
Os incidentes no Daguestão foram analisados por Putin numa reunião com as agências de segurança russas na segunda-feira à noite.
Putin considerou inaceitável a morte de civis na Faixa de Gaza e acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo que descreveu como o "caos mortal" no Médio Oriente, mas sem referir o caso do Daguestão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, escusou-se hoje a divulgar pormenores sobre a reunião, mas admitiu que foi discutido "o reforço das medidas de proteção" contra interferências externas, segundo a agência russa TASS.
O líder da Igreja Ortodoxa Russa, patriarca Cirilo, denunciou na segunda-feira os incidentes no Daguestão como uma tentativa de semear a discórdia entre muçulmanos e judeus na Rússia devido à guerra entre Israel e o Hamas.
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