De acordo com Javaid Rehman - um especialista independente em direitos humanos com mandato do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra - a República Islâmica enfrenta uma perda de credibilidade desde os protestos sem precedentes desencadeados pela morte de Mahsa Amini, em setembro de 2022.
A jovem curda iraniana morreu depois de ser detida pela polícia da moral por alegadamente violar as rígidas regras de indumentária para mulheres no Irão.
A memória deste protesto foi reavivada esta semana pela morte de Armita Garawand, de 17 anos, que entrou em coma em circunstâncias controversas no metro de Teerão.
Este estudante do ensino secundário, de uma região curda, morreu após um mês em coma e várias organizações internacionais asseguram que ela ficou gravemente ferida depois de ter sido atacada pela polícia moral.
Os líderes iranianos "já planeavam intensificar a repressão", disse Javaid Rehman em Washington, durante uma mesa-redonda organizada pelo grupo União Nacional para a Democracia no Irão.
"As autoridades iranianas sentem-se ainda mais fortes porque acreditam que conseguiram desviar a atenção dos críticos interna, ao tornarem-se - ou alegaram ter-se tornado - defensores virulentos (...) do movimento palestiniano", acrescentou o especialista da ONU.
O Irão é um forte apoiante da causa palestiniana e mantém relações próximas com o grupo islamita Hamas.
O regime iraniano enviou repetidamente avisos a Israel, tendo os rebeldes houthi no Iémen, perto do Irão, declarado que tinham disparado uma salva de mísseis balísticos e lançado vários 'drones' contra território israelita, na terça-feira.
Na fronteira norte de Israel, há também trocas diárias de tiros com o movimento libanês Hezbollah, um dos grupos pró-iranianos mais poderosos da região.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 07 de outubro em solo israelita a partir da Faixa de Gaza provocando 1.400 mortos, segundo as autoridades israelitas, maioritariamente civis.
Em retaliação, o exército israelita bombardeou incessantemente a Faixa de Gaza, o que causou mais de 8.500 mortes, também na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
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