Biden diz que 74 norte-americanos com dupla nacionalidade saíram de Gaza
Setenta e quatro norte-americanos com dupla nacionalidade já deixaram a Faixa de Gaza, disse hoje o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na véspera do início de uma visita do chefe da diplomacia de Washington, Antony Blinken, ao Médio Oriente.
© Drew Angerer/Getty Images
Mundo Israel
"Retirámos hoje 74 americanos com dupla nacionalidade", anunciou Biden numa breve conversa com jornalistas ao receber o Presidente da República Dominicana, Luis Abinader, para uma reunião na Sala Oval, em Washington.
A Casa Branca afirmou anteriormente que cerca de 500 a 600 cidadãos norte-americanos ficaram retidos em Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro.
Desde então, o conflito que já dura há quase um mês continua a agravar-se sem fim à vista.
Biden fez o anúncio enquanto o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, partia para uma nova viagem ao Médio Oriente.
Como fez no mês passado, o secretário de Estado norte-americano vai destacar, nas suas visitas a Telavive e também a Amã, o apoio a Israel, enquanto Washington tenta evitar que o conflito se alastre no Médio Oriente.
A agenda de Blinken, segundo a Associated Press, inclui também a pressão às autoridades israelitas com vista ao reforço da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e o controlo da violência exercida por colonos judeus contra palestinianos na Cisjordânia.
"Estamos a conversar sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos aos homens, mulheres e crianças em Gaza", disse Blinken aos jornalistas ao partir para uma viagem que o levará a Israel e à Jordânia, acrescentando que isso "é algo em que os Estados Unidos estão empenhados".
O secretário de Estado, embora apele para breves pausas nos ataques aéreos e nos combates para fins humanitários, deverá continuar a opor-se aos crescentes pedidos de um cessar-fogo mais amplo.
Segundo Joe Biden, deveria haver uma pausa humanitária na guerra entre Israel e o Hamas com o objetivo de retirar as pessoas aprisionadas na Faixa de Gaza.
Mas Blinken também introduzirá um novo elemento na lista de prioridades dos Estados Unidos: a necessidade de Israel e dos seus vizinhos começarem a considerar como será a Faixa de Gaza pós-conflito, quem a governará, como torná-la segura e como estabelecer um estado palestiniano independente.
Várias vozes nos Estados Unidos, incluindo Biden e Blinken, disseram repetidamente que não acreditam que uma reocupação israelita de Gaza seja viável, e Israel concorda.
Mas o que vem a seguir foi pouco explorado além dos breves comentários que Blinken fez na terça-feira num depoimento no Congresso, quando falou sobre a possibilidade de uma Autoridade Palestiniana revitalizada e talvez de estados árabes e organizações internacionais desempenharem um papel significativo no território no pós-conflito.
Blinken falará sobre "o compromisso dos EUA em trabalhar com parceiros para estabelecer as condições para uma paz duradoura e sustentável no Médio Oriente, incluindo o estabelecimento de um estado palestiniano que reflita as aspirações do povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
O seu itinerário depois da Jordânia permanece incerto, embora vá participar numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos Sete no Japão na próxima semana, antes de viajar para a Coreia do Sul e para a Índia para discussões muito mais amplas, incluindo China e a guerra na Ucrânia.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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