As conversações de Yellen com o vice-primeiro-ministro He Lifeng destinam-se a lançar as bases para uma reunião entre o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o Presidente chinês, Xi Jinping, na próxima semana, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia -- Pacífico, em São Francisco.
A Casa Branca não espera que o encontro resulte em grandes mudanças na relação entre as duas nações. Os analistas dizem também que as expectativas devem ser mantidas baixas, dada a natureza competitiva da relação entre os dois países.
Nicholas Szechenyi, vice-diretor para a Ásia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse num evento de antevisão da cimeira da APEC que "parece difícil para os Estados Unidos enfatizar de forma credível temas como a inclusão, a interconexão - os temas da cimeira da APEC deste ano - quando o principal motor da estratégia económica dos EUA no Indo-Pacífico não é necessariamente a cooperação económica, mas sim a concorrência económica".
"A estratégia dos EUA está muito focada na competição económica com a China", disse, citado pela agência Associated Press.
Em agosto, Biden assinou uma ordem executiva destinada a regular e bloquear o investimento norte-americano na China nos setores de alta tecnologia, uma medida que a administração disse visar a proteção da segurança nacional.
No ano passado, os EUA tomaram medidas para bloquear as exportações de 'chips' semicondutores avançados para o país asiático.
No início do ano, congressistas norte-americanos realizaram audiências sobre segurança de dados e conteúdos nocivos com o diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew, ponderando a possibilidade de proibir a aplicação extremamente popular devido às suas ligações chinesas.
As tensões foram agravadas no início deste ano quando um balão chinês, alegadamente usado para espionagem, foi visto a sobrevoar o espaço aéreo dos Estados Unidos. As forças armadas norte-americanas abateram o balão ao largo da costa do Estado da Carolina do Norte, depois de este ter atravessado locais militares sensíveis na América do Norte. A China insistiu que o sobrevoo foi um acidente envolvendo um avião civil e ameaçou com repercussões.
Apesar das tensões, as duas nações têm trabalhado no sentido de suavizar os laços económicos.
Biden falou com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, na Casa Brancam durante cerca de uma hora, no final do mês passado, quando o principal diplomata de Pequim voo para Washington para conversações com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Xi encontrou-se igualmente com Blinken em junho, quando o secretário de Estado se deslocou a Pequim para reunir com Wang.
Yellen reuniu-se com vários funcionários chineses ao longo deste ano. Em janeiro, esteve com o antigo vice-primeiro-ministro Liu He em Zurique.
Em julho, Yellen deslocou-se à China para discutir as relações económicas entre as duas nações e exortou os responsáveis governamentais chineses a cooperarem no domínio das alterações climáticas e de outros desafios globais e a não deixarem que as divergências acentuadas em matéria de comércio e outros aspetos façam descarrilar as relações.
Numa conferência de imprensa, realizada em 08 de julho, afirmou: "Não vejo a relação entre os EUA e a China como um conflito entre grandes potências. Acreditamos que o mundo é suficientemente grande para que ambos os nossos países possam prosperar".
Em setembro, o departamento do Tesouro dos EUA e o ministério das Finanças da China lançaram um par de grupos de trabalho económicos num esforço para aliviar as tensões e aprofundar os laços entre as nações.
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