O Tribunal de Recurso do estado do Texas rejeitou na terça-feira os recursos finais de Brent Brewer, que foi declarado morto na quinta-feira às 18h38 (00h38 de hoje em Lisboa), de acordo com um comunicado das autoridades do estado.
A defesa alegou que a pena de morte foi imposta com base no depoimento de um perito psiquiátrico que concluiu que Brewer era perigoso, mesmo sem o ter examinado pessoalmente, e apesar do comportamento "exemplar" na prisão.
Os advogados de Brewer argumentaram também que um dos membros do júri que pretendia votar a favor da prisão perpétua foi induzido em erro pelas instruções do tribunal.
Brewer foi abusado quando era criança e sofria de doença mental, fatores que os membros do júri não foram autorizados a considerar, disse a defesa.
Brewer foi originalmente condenado à morte em 1991 pelo assassínio, no ano anterior, de Robert Laminack, de 66 anos, que tinha dado boleia ao então jovem de 19 anos e à namorada, Krystie Lynn Nystrom.
O tribunal concluiu que Brewer esfaqueou Laminack pelas costas e fugiu da cena do crime com a carteira da vítima, que continha 140 dólares (131 euros).
A sentença de morte proferida em 1991 foi anulada em 2007 pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, mas confirmada durante um novo julgamento em 2009, nomeadamente com base no depoimento de um psiquiatra, posteriormente considerado pouco fiável pelos tribunais do Texas.
Antes da execução, Brewer pediu desculpa aos familiares de Laminack, presentes na prisão, e expressou o desejo de que possam "encontrar paz".
"Este homem de 53 anos não é o mesmo miúdo imprudente de 19 anos de 1990", acrescentou.
De acordo com uma sondagem recente do Instituto Gallup sobre a pena capital, a maioria dos norte-americanos (50% contra 47%) acredita que esta não é aplicada de forma justa nos Estados Unidos, pela primeira vez desde o lançamento deste inquérito mensal, em 2000.
A maioria (53%) continua, no entanto, a ser a favor da pena de morte, segundo a mesma fonte.
Esta foi a 21.ª execução em 2023 nos Estados Unidos, a sétima no Texas, todas realizadas por injeção letal.
O estado do Alabama, no sul do país, anunciou a intenção de executar um homem, Kenneth Smith, em Janeiro de 2024, pela primeira vez por inalação de azoto. Neste tipo de execução, a morte é causada pela falta de oxigénio.
A execução de Smith por injeção letal, em novembro de 2022, por um assassínio cometido em 1986, foi cancelada no último minuto.
Leia Também: Oito mortos após carro que fugia da polícia se despistar nos EUA