O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou, esta sexta-feira, que a União Europeia (UE) não deve iniciar negociações de adesão com a Ucrânia, assinalando que esta é a "posição clara" da Hungria sobre esta questão.
Esta declaração foi feita à rádio estatal húngara, segundo cita a Reuters.
"As conversações sobre a adesão não devem ser iniciadas, esta é a posição clara da Hungria", disse Orbán, acrescentando ainda que Bruxelas deve "dinheiro à Hungria".
De realçar que, em dezembro, os líderes dos Estados-membros da UE decidem se aceitam a recomendação da Comissão Europeia de convidar a Ucrânia a iniciar negociações de adesão. No entanto, qualquer decisão requer unanimidade por parte dos 27.
Recorde-se que a Hungria foi sancionada pela UE por alegadas violações do Estado de direito e corrupção. Bruxelas congelou a entrega de 22 mil milhões de euros de fundos comunitários ao país até haver garantias do governo ultranacionalista de que os programas de utilização desses fundos respeitam a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais.
Orbán, no poder desde 2010, disse que esta disputa não pode ser ligada, de forma alguma, ao apoio da Hungria às negociações de adesão da Ucrânia à UE.
"Gostaria de deixar bem claro que a rejeição húngara do início das conversações com a Ucrânia sobre a adesão à UE não está sujeita a um acordo comercial... Não pode estar ligada à questão dos fundos que a Hungria tem direito a obter", apontou.
A Ucrânia obteve oficialmente o estatuto de candidato à UE em 2022, numa decisão invulgarmente rápida motivada pela guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro do ano passado.
Apesar de ter acolhido refugiados ucranianos e condenado a invasão russa, a Hungria é o único país da UE que mantém relações estreitas com Moscovo.
Budapeste também se tem oposto ao fornecimento de armas à Ucrânia ou à prestação de assistência económica.
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