O relato do chefe de Estado norte-americano foi feito numa carta dirigida ao congresso: "Sob as minhas ordens, as forças dos EUA realizaram um ataque de precisão contra uma instalação no leste da Síria usada pelo Corpo da Guarda Revolucionária do Irão".
O ataque foi realizado "para fins de dissuasão" e "de uma forma concebida para limitar o risco de escalada e prevenir vítimas civis".
"Direcionei o ataque para proteger e defender o nosso pessoal, degradar e interromper a série de ataques em curso contra os Estados Unidos e os nossos parceiros, e dissuadir o Irão e os grupos de milícias apoiados pelo Irão de conduzir ou apoiar novos ataques contra o pessoal dos EUA e as suas instalações", detalhou Joe Biden.
Grupos de milícias afiliados à Guarda Revolucionária realizaram uma série de ataques contra pessoal e instalações dos Estados Unidos no Iraque e na Síria, de acordo com relatos dos Estados Unidos nas últimas semanas.
Estes ataques, mais de uma dúzia na semana passada, "colocaram seriamente em perigo a vida do pessoal dos EUA e da coligação que opera ao lado das forças dos EUA", realçou o Presidente.
Em 27 de outubro, em resposta a estes atos violentos, os Estados Unidos já tinham realizado ataques seletivos contra instalações no leste da Síria utilizadas pelo referido grupo.
"Dirigi esta ação militar de acordo com a minha responsabilidade de proteger os cidadãos americanos no país e no estrangeiro e de promover a segurança nacional e os interesses da política externa dos Estados Unidos, consistente com a minha autoridade constitucional", acrescentou Biden.
Os Estados Unidos tomaram esta ação "necessária e proporcional" de acordo com o direito internacional e "no exercício do direito inerente dos Estados Unidos de autodefesa".
A carta de Biden não faz referência se o ataque causou alguma vítima.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, pelo menos nove pessoas morreram num bombardeamento norte-americano contra alvos pertencentes a milícias iranianas na província de Deir al Zur, no leste da Síria.
Segundo a ONG, sediada no Reino Unido e com uma extensa rede de colaboradores no terreno, o bombardeamento matou nove pessoas, incluindo três cidadãos sírios "que trabalhavam com os iranianos", e destruiu um número desconhecido de armas.
O diretor da rede ativista local DeirAlZur24, Omar abu Layla, também confirmou o mesmo número de vítimas na sua conta na rede social X (antigo Twitter) e acrescentou que três destas eram membros das forças leais ao Presidente sírio Bashar al Assad.
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