"A Corte Real saudita confirmou o aparecimento da lua crescente do mês de Shawwal, o que significa que o próximo domingo é o primeiro dia de Aid al-Fitr no reino", informou a agência noticiosa oficial saudita SPA.
O anúncio da Arábia Saudita foi seguido por outros países, incluindo os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, o Iémen e o Kuwait, que também declararam domingo como o dia do início do Aid al-Fitr, e a que se juntaram o Bahrein, o Líbano, o Sudão, o Sudão do Sul e a Palestina.
Embora os países árabes sigam geralmente o exemplo da Arábia Saudita, cinco não viram hoje a lua crescente.
Egito, Omã, Jordânia e Iraque anunciaram que vão começar a observar o Aid al-Fitr na segunda-feira, para além da Síria, que inicialmente confirmou o avistamento da lua, mas corrigiu depois.
O Aid al-Fitr é um período festivo de vários dias, marcado sobretudo por donativos, reuniões familiares e oferta de presentes, depois de terminado o mês de jejum do Ramadão.
As autoridades da maioria dos países muçulmanos declararam esta semana como feriado público.
Assim, milhares de muçulmanos estão em vésperas de celebrar o fim do Ramadão, quando for avistada a Lua Nova, que marcará a conclusão do mês sagrado de jejum, considerado um dos cinco pilares do Islão.
Hoje de manhã, em declarações à Lusa, o imã da Mesquita Central de Lisboa, xeque David Munir, tinha indicado que o Eid al-Fitr (celebração que marca o fim do jejum) pode acontecer no domingo ou na segunda-feira, dando início a um novo mês lunar islâmico -- o Shawwal.
O avistamento da Lua Nova vai marcar o fim do Ramadão -- 30 dias depois -- um período durante o qual, desde a puberdade, os seguidores do islamismo, exceto os muito idosos, as grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes, todos estão obrigados a não comer e beber entre o amanhecer e o anoitecer.
O jejum pratica-se no nono mês do calendário muçulmano, baseado no ciclo lunar, aquele em que os muçulmanos acreditam que, no ano de 610 depois de Cristo, o anjo Gabriel revelou o Corão - o livro sagrado do Islão - ao profeta Maomé.
A cumprirem ano islâmico de 1446, que começou em 7 de julho de 2024 e terminará em 25 de junho de 2025, os muçulmanos aproveitam o mês do jejum para refletir.
"Basicamente, quebramos o jejum, as pessoas fazem as suas orações pedindo a Deus, ao Criador, tudo aquilo que foi feito durante o mês do Ramadão e que possamos manter este clima e esta solidariedade durante os 11 meses que vêm", realçou o xeque Munir.
O imã da Mesquita Central de Lisboa referiu que "é muito mais fácil" perceber o fim do Ramadão num país islâmico, porque "a comunicação é oficial".
"Quanto mais depressa soubermos, iremos anunciar o mais depressa possível para as pessoas se prepararem para o dia do Eid [al-Fitr], que é o dia de festa. Se não for no domingo, no dia 31 [segunda-feira] é de certeza", vincou.
À Lusa, David Munir adiantou que estão previstas orações na Praça do Martim Moniz e na Alameda, em Lisboa, além das que são feitas todos os anos na Mesquita Central.
Durante o mês do Ramadão, a Mesquita Central de Lisboa confecionou cerca de 2.000 refeições diárias para a quebra do jejum, ao pôr-do-sol.
O facto de o ano lunar ser mais curto que o solar explica que a cada ano a data do Ramadão se aproxime 10 ou 11 dias do início do ano. Em 2030, o Ramadão será celebrado duas vezes, no início de janeiro e no final de dezembro.
De acordo com o líder religioso, a comunidade muçulmana em Portugal "já ultrapassou os 100 mil" crentes.
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