"Condeno as cenas violentas e totalmente inaceitáveis a que assistimos hoje por parte da EDL e grupos associados e simpatizantes do Hamas que participaram na Marcha Nacional pela Palestina", afirmou, num comunicado.
A English Defense League (EDL) é uma organização de extrema-direita anti-muçulmana cujo fundador, Tommy Robinson, esteve hoje em Londres.
Sunak lamentou que "as ações desprezíveis de uma minoria de pessoas prejudicam aqueles que optaram por expressar as suas opiniões de forma pacífica".
"Isso é verdade para os rufias da EDL que atacaram agentes da polícia e invadiram o Cenotáfio, e é verdade para aqueles que entoaram cânticos antissemitas e brandiram cartazes e roupas pró-Hamas no protesto de hoje", vincou.
O primeiro-ministro fez a intervenção depois de a polícia ter divulgado a detenção de pelo menos 92 pessoas na sequência de confrontos com apoiantes de extrema-direita enquanto decorria uma manifestação pró-palestiniana a apelar ao cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O comissário adjunto da Polícia Metropolitana, Matt Twist, adiantou que os contraprotestos começaram logo de manhã, com a chegada de várias centenas de pessoas à capital britânica que "pareciam querer conflito e violência".
Segundo a polícia, as 92 detenções resultaram de posse de armas brancas, bastões, drogas e ataque a agentes da polícia.
A polícia estimou que a marcha em defesa de um cessar-fogo em Gaza mobilizou cerca de 300 mil pessoas, a qual Twist disse ter decorrido "sem incidentes".
A manifestação, organizada por grupos de esquerda e organizações muçulmanas, começou junto a Hyde Park e terminou na embaixada dos Estados Unidos com um comício.
Na semana passada, o primeiro-ministro, Rishi Sunak, classificou os protestos pró-palestinianos de "provocatórios e desrespeitosos" por coincidirem com o Dia do Armistício, durante o qual são recordados os soldados mortos em guerras desde a Primeira Guerra Mundial.
Dezenas de milhares de pessoas têm participado em protestos todos os sábados nas ruas de Londres e em outras cidades do país desde o início dos bombardeamentos de Israel em Gaza, em resposta aos ataques mortais do grupo militante palestiniano Hamas no mês passado.
A polícia decidiu autorizar o evento de hoje porque considerou que as informações relativas ao risco de desordem grave não eram suficientes para decretar a proibição, mas reforçou a segurança com cerca de 2.000 agentes e poderes especiais para revistar pessoas e dispersar ajuntamentos.
A ministra do Interior, Suella Braverman, acusou a polícia de "favoritismo" por permitir a manifestação, a qual descreveu como "bando de pró-palestinianos" e "manifestantes pelo ódio".
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