Com faixas em que se lia "Israel, assassino de crianças" ou "as nossas vozes não serão silenciadas", milhares de manifestantes posicionaram-se ao longo da avenida que liga o antigo portão de Edirnekapi, nas muralhas bizantinas, à Praça Beyazit, no centro histórico de Istambul, numa distância de cerca de 3,5 quilómetros, avançou a EFE.
Muitas mulheres participaram na manifestação, a maioria delas vestidas com o lenço islâmico comum entre os seguidores do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Algumas delas empunhavam uma faixa com as palavras "Irmãs de Abu Obaida", em referência à porta-voz das Brigadas Al Qasam, o braço armado do Hamas, que no dia 07 de outubro lançou um ataque terrorista contra Israel.
Desde então, os bombardeamentos de retaliação de Israel em Gaza já mataram mais de 11.000 pessoas, muitas delas mulheres e crianças, segundo dados oficiais divulgados no enclave.
Também na cidade de Konya, na Anatólia, um dos redutos do partido islâmico AKP de Erdogan, formou-se um cordão humano de três quilómetros de comprimento, tendo ainda ocorrido protestos semelhantes em Ancara, Kocaeli e Kayseri.
Durante um discurso na inauguração de um centro social em Istambul, Erdogan destacou a tradição da Turquia de "proteger os oprimidos do mundo, incluindo os judeus que fugiram da Inquisição", e chamou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de "agonizante".
"É um bom dia para ti, Netanyahu, aguardam-te dias diferentes. Não conseguirás salvar-te da maldição daqueles bebés mortos, daquelas mães que levam os corpos dos seus pequenos para o cemitério. Estás a morrer", disse Erdogan.
Em 07 de outubro, o Hamas -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre e desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
Este conflito provocou, pelo menos, 11.000 mortos na Faixa de Gaza e 1.400 em Israel, segundo os dados divulgadas pelas autoridades de ambas as partes.
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