Na preparação do encontro, que decorre à margem da cimeira da organização para a Cooperação Económica Ásia-Pacífico, que decorre em São Francisco (EUA), os gabinetes de Biden e de Xi prometem que não haverá temas tabu para a discussão, mesmo os mais difíceis, e que ambos chegam à mesa de negociações com o espírito de estreitar projetos de cooperação.
Biden deverá defender a expansão dos controlos de exportação de 'chips' semicondutores pelos EUA, mas, ao mesmo tempo, assegurará a Xi que não está a tentar travar uma guerra económica com Pequim.
Xi aceitará abordar as sanções norte-americanas contra as empresas chinesas que limitam o acesso aos 'chips' semicondutores, admitindo que estes componentes são essenciais para os planos da China de desenvolver empresas capazes de competir nas indústrias de futuro, incluindo veículos elétricos, sistemas de inteligência artificial ou robótica.
A cimeira Biden-Xi ocorre após várias reuniões nos últimos meses entre altos funcionários dos dois países. Este é o primeiro encontro entre os chefes de Estado desde novembro de 2022, em Bali.
O líder chinês deve também discutir com o homólogo norte-americano a estratégia de Washington de reduzir os vínculos comerciais entre os dois países, sabendo-se que Biden manteve as taxas alfandegárias punitivas impostas pelo seu antecessor, o republicano Donald Trump, sobre bens importados do país asiático.
Do lado dos EUA, têm-se repetido mensagens de que as divergências devem ser assumidas, mas controladas, para salvaguardar os interesses de ambos os países.
No campo dos temas em que se espera um entendimento, Biden deve insistir no apelo à cooperação no combate às alterações climáticas e ao tráfico de fentanil (a China é uma grande fonte da droga utilizada na produção de opiáceos que se tornou um flagelo nos Estados Unidos).
A questão do fentanil representa uma possível área onde os dois lados "podem trabalhar imediatamente para aumentar a confiança e a cooperação mútuas", admitiu recentemente Zichen Wang, investigador do Centro para a China e Globalização, com sede em Pequim.
Especialistas em desinformação têm avisado a Casa Branca de que Pequim pode ter como objetivo atingir os EUA, semeando a discórdia que pode influenciar os resultados eleitorais a nível local, especialmente em distritos com grande número de eleitores sino-americanos.
Os EUA são frequentemente acusados por Pequim de "demonizar" o regime chinês, em questões de direitos humanos, uma fonte antiga de tensões entre os dois países.
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